.:Data e Local
06/11/2011 – Hangar 110 – São Paulo/SP
.:Texto
Tatiane Correa
.:Fotos
Pierre Cortes
Finalmente! Com uma carreira de 21 anos, os noruegueses do Satyricon agendaram uma minitour pela América Latina apenas para shows, uma vez que a banda não lança um registro inédito há algum tempo – o último disco foi The Age of Nero, de 2008.
O último show do giro foi programado para um domingo, em São Paulo. Em meio a várias vans, uma fila considerável de pessoas dispostas a ver um dos ícones do Black metal europeu. Contudo, o que era ansiedade se tornou impaciência diante da grande demora – o show estava originalmente programado para as 20h, mas os primeiros da fila só começaram a entrar às 20h30. Considerando o horário do transporte público em São Paulo, isso foi quase um tiro no pé.
Dito isso, um Hangar 110 com bom público ainda esperou por mais um tempo até que, às 22h00, Frost colocou-se em sua bateria, seguido pela banda de apoio – Steinar “Azarak” Gundersen e Gildas Le Pape (guitarras) e Silmaeth (baixo, ex-Mayhem) e um tecladista, aos fundos – até a entrada de Satyr, que se posicionou em seu pedestal-tridente e apenas disse “Are you ready for this?”, no que foi prontamente atendido. E o que se seguiu ali, meus amigos, foi um dos melhores shows de 2011.
O show teve início com Repined Bastard Nation, uma das melhores faixas do disco Volcano (2002), seguida por The Wolfpack e a excelente Now,Diabolical, que levou muitos presentes a entoarem seu refrão a plenos pulmões. Mesmo com a cisma dos radicais, ficou bem claro que muitos fãs aceitaram bem a mudança de som pós-Rebel Extravaganza.
Contudo, o público se empolgou mesmo aos primeiros acordes de Forhekset, do clássico Nemesis Divina. Densa, pesada e empolgante, levando muitos ao headbanging e ao coral na parte dos teclados. O mesmo ocorreu com a ótima Black Crow on a Tombstone e sua aura tétrica.
Os fãs mais antigos foram presenteados com Walk the Path of Sorrow, com seu clima funesto. A banda mostrou-se afiada, e Satyr estava surpreso com a reação dos fãs – tanto que, em um ponto do show, ele comentou que não falava português, mas que percebia nos rostos e nos olhares dos fãs a resposta para não deixar de tocar.
O clima baixou um pouco durante a execução de Filthgrinder e Commando, que não mostraram o mesmo poder de fogo das canções mais clássicas ou mesmo de algumas composições mais recentes. Foi quanto Satyr empunhou sua guitarra, e alguns fãs mais empolgados sabiam que era a hora de The Pentagram Burns.
A empolgação voltou a dar as caras com a violenta Du Som Hated Gud, que levou inclusive esta que vos escreve a quase jogar o bloco longe e a agitar o pentagrama na pista. Incrível! Na reta final, a ótima The Sign of the Trident e a fantástica Hvite Krists Død, que gerou uma grande comoção entre os fãs mais antigos. Que chave de ouro!
No encore, algumas das músicas mais conhecidas da nova fase: KING, que querendo ou não tem um refrão simples que chama o público, e a ótima Fuel for Hatred. Evidentemente, o final não poderia ser outro: em meio ao clamor dos fãs, a banda estraçalhou e fechou a apresentação com a clássica Mother North.
Apesar do cansaço da espera e da correria para ir embora, o saldo foi mais que positivo. Os noruegueses mostraram porque são considerados uma das bandas mais significativas da cena negra. Um dos melhores shows do gênero em 2011.
SET LIST:
1. Repined Bastard Nation (Volcano, 2002)
2. The Wolfpack (The Age of Nero, 2008)
3. Now, Diabolical (Now, Diabolical, 2006)
4. Forhekset (Nemesis Divina, 1996)
5. Black Crow on a Tombstone (The Age of Nero, 2008)
6. Walk The Path Of Sorrow (Dark Medieval Times, 1993)
7. Filthgrinder (Rebel Extravaganza, 1999)
8. Commando (The Age of Nero, 2008)
9. The Pentagram Burns (The Age of Nero, 2008)
10. Possessed (Volcano, 2002)
11. Du Som Hated Gud (Nemesis Divina, 1996)
12. The Sign Of The Trident (The Age of Nero, 2008)
13. Hvite Krists Død (The Shadowthrone, 1994)
Encore:
14. K.I.N.G. (Now, Diabolical, 2006)
15. Fuel For Hatred (Volcano, 2002)
Encore 2:
16. Mother North (Nemesis Divina, 1996)