.: Bandas
Mute, No Trigger e 69 Enfermos
.: Local e data
Jai Club – São Paulo/SP – 04/02/2018
.: Resenha
Rodrigo Vivian
.:Fotos
Fábio Martiniano (Besouro)
Nesse ultimo domingo dia 04/02, com o carnaval antecipado aflorando em São Paulo surge esse line up magnífico e de respeito na Jai Club! Como de praxe cheguei mais cedo dando aquela tradicional passada no bar mais próximo da casa. Afinal a melhor coisa antes dos shows é beber uma cerveja gelada, encontrar amigos, dar risadas e falar de bandas; afinal é isso que amamos fazer e fazemos com amor!
Por volta das 18:40 entrei na casa, hora exata que subia ao palco o power trio 69 Enfermos, banda brasileira-colombiana (se é que existe esse termo rs). Confesso que tinha muita curiosidade em vê-los ao vivo. A banda possui mais de 20 anos de carreira, tocaram em grandes festivais mundo afora, porém nunca haviam tocado em São Paulo. Sendo assim não perderam tempo e começaram já dizendo a que vieram, com características nítidas das bandas dos anos 90, fizeram um show de respeito, com muitos riffs e um som rápido, ganhando o respeito dos presentes na casa (que inclusive estavam em bom número para a abertura). Acho que a curiosidade não era só minha mas também dos demais presentes. Os vocais e backs melódicos são sem dúvida o grande destaque da banda. A harmonia de vozes deles (guitarrista e baixista) é realmente muito boa. Mandaram muito bem! Quem ficou para fora perdeu um baita show! Mas para quem perdeu, o vocalista Dalin Focazio anunciou que em abril estarão de volta fazendo mais um show em São Paulo.
Na sequência sobem ao palco os americanos do No Trigger. Esse show foi algo espantoso! Para todos os lados que se olhava se via a emoção dos presentes e o deslumbramento com a banda! Uma certeza que temos é que quem não os conhecia com certeza foi procurar saber mais da banda. E quem já gostava saiu amando ainda mais! Vale deixar o parabéns para a Solid Music, produtora do show, por lembrar do No Trigger. Certamente estava na minha lista de bandas que provavelmente iria morrer sem ter visto!
Com a casa praticamente cheia, abriram com “Dried Piss” do álbum Tycoon. O set também foi recheado de canções do Canyoneer, albúm de 2006. Os stages dives e moshs aumentaram intensamente na apresentação deles e a presença de palco do vocalista Tom Rhenault foi algo surreal! O envolvimento dele com o público foi admirável. Em um certo momento inclusive declarou que aquele foi um dos melhores shows de sua vida, e que adorou ver a galera cantando junto todas suas músicas. Realmente foi algo lindo de se ver! Senti falta das músicas do álbum Extinction in Stereo, mas mesmo assim foi um show espetacular. Até então o melhor do ano na minha humilde opinião.
Eis que sobem ao palco os donos da noite, eles, os canadenses do Mute! Já conhecidos e amados pelo público, a galera foi ao delírio com a música de abertura, “Resistance”, que também é a música de abertura do mais recente álbum Remember Death. Nessa altura, com a casa completamente cheia, as rodas pegaram fogo! Muitos jovens de trinta e poucos anos se juntaram aos mais novos e arriscaram stage dive e moshs, gritando e cantando vigorosamente todas as canções! O show foi uma grande viagem pelos dois últimos álbuns da banda, que são os mais aclamados pela crítica, mas também tocaram três sons do álbum, The Raven, para a degustação dos fãs mais antigos. As escolhidas foram “Coming Back”, “Fading Out” e “Communication Breakdown”.
Em seguida rolou um momento completamente inesperado, tocaram “Soulmate” cover do No Use for a Name. Todos os noventeiros foram a loucura com esse som tão amado. Os dois guitarristas fritavam suas guitarras com maestria! Realmente o Mute é uma banda extremamente técnica. E daquelas que você olha e pensa “Porra esses caras não erram?”. O momento em que o tocaram “Bates Motel” foi certamente o mais esperado pelo público. É com certeza o som mais popular da banda. Foi aquele momento em que praticamente não tinha ninguém que não estivesse cantando junto!
Com aquele ar de fim de show nem me liguei no bis e pensei que o show tivesse acabado. Afinal já haviam tocado a queridinha da noite. Quando meio que inesperadamente rola um outro cover “Don´t call me White” do NOFX! Noventeiros ao delírio novamente! E ainda pra finalizar de vez e nos liberarem felizes e de alma lavada, tocaram mais um cover: “To be with you” do Mr. Big. Som esse inclusive já gravado pela banda.
Uma coisa que nos enche de orgulho é ver o esforço dos membros da banda em falar português, e sinto que isso é feito com prazer. O baterista e vocalista Étienne Dionne as vezes parece um brasileiro falando. Não teve só “boa noite São Paulo” e o tradicional “e ai galera beleza?”. Ele anunciava as músicas em português e até traduzia os títulos! Isso é algo realmente demais e mostra mais uma vez todo o respeito e carinho que a banda tem com o público brasileiro. Podemos finalizar dizendo que a recíproca é verdadeira!
Essa foi mais uma noite daquelas que se eternizam. Fiquei extasiado e emocionado com tudo o que tive a honra e o prazer de presenciar e espero por mais shows e encontros como esse, onde tenha muito hardcore de qualidade, cerveja e amizades. Por essas e outras nós sempre iremos acreditar que o punk e o hardcore jamais irão morrer.
Confira a galeria:
69 Enfermos
No Trigger
Mute
com certeza foi demais a descriçao foi otima e deu pra sentir na pele q momemto euforico foi esse show
Ótima resenha…
Bem detalhada, há uma dedicação especial.
Pra quem não conhece da pra saber a partir daí exatamente o estilo e um pouco da história da banda .
Bacana alguém querer repartir a vivência com o pessoal que não foi .
Boa! Rodrigo. Apesar de ter um pouco mais dos jovens de trinta e poucos anos, deu pra entrar nesse clima que vc muito bem escreveu… Valeu.