Entrevistamos Dalin Focazzio , guitarrista, vocal e compositor da banda 69 enfermos. Por: Guilherme Góes.
1- Olá! Primeiramente, obrigado pelo tempo cedido para uma pequena entrevista. Você poderia introduzir o 69 enfermos? Desde quando vocês tocam juntos? Quantos integrantes a banda possui?
Dalin: Muito obrigado por essa entrevista. Nós agradecemos o interesse em saber um pouco mais da 69.
A 69 enfermos é uma banda de Skatepunk clássico, nasceu originalmente na Colômbia em 1995 e está radicada em Porto Alegre faz alguns anos. A banda já teve vários integrantes, mas o estilo nunca mudou, pois eu sou o encarregado de cantar e escrever as músicas desde o começo da banda. Atualmente, a banda é composta por mim e mais dois gaúchos, Wagner Donat nas vozes e baixo, e Carlos Waltrick na bateria.
2- Qual a origem do nome 69 Enfermos?
Dalin: A origem do nome não tem realmente relevância nenhuma. Naquela época, eu estava procurando um nome que pudesse relacionar com diversas interpretações e simplesmente surgiu a 69 enfermos. Enfermos vem de enfermos do sistema, sociedade etc (tipo sick of it all) e 69 que pode significar muitas coisas.
3- Quais bandas influenciam o som da 69 enfermos e como vocês descrevem o som da banda?
Dalin: As grandes influências da banda desde o começo até agora são sem dúvida NOFX, No Use, Strung Out, MxPX, Millencolin, Good Riddance e 88fingers Louie. Resumindo: aquelas bandas da Fat Wrecks Records e da Epitaph Records dos meados dos anos 90s.
Quanto ao estilo da banda, tentamos conservar aquela pegada clássica daquela época. Muita harmonia nas vozes e ritmos energizantes.
4- Quais temas vocês geralmente abordam nas letras? Quais são as inspirações principais do 69 enfermos?
Dalin: Desde o começo, as letras sempre foram sobre críticas ao sistema e denúncias das injustiças sociais, mas também inclui letras sobre superação pessoal e sentimentos.
5- Vocês tocaram com o Mute, e nos próximos meses vão tocar com o Thousand Oaks. Qual a importância de tocar ao lado de grandes bandas como essas ? E quão marcante foi ter tocado no Punk Rock Holiday?
Dalin: Nós já tivemos o grande privilégio de ter tocado com o Mute em outras duas ocasiões -na Colômbia e no Peru-, então foi muito legal ter tocado com eles no Brasil, pois já temos uma parceria feita e planos de tocar futuramente no Canadá.
A 69 enfermos já conseguiu tocar com bandas como Satanic Surfers, Rufio, Less Than Jake, A Wilhelm Scream e Strung Out em vários países. É sempre um grande compromisso assumir esse tipo de show e um sinal de que estamos fazendo as coisas corretamente.
69 enfermos em turnê com Thousand Oaks em Abril
Referente à Tour com a Thousand Oaks, nós estamos muito contentes pois será a nossa primeira tour pelo Brasil e devido à grande parceria que temos com a TO, certamente será algo muito legal e inesquecível.
Já havíamos participado de Festivais legais na Colômbia e Peru como a We Are One Tour 2016, mas ter feito parte do Punk Rock Holiday foi sem dúvida a maior realização que a banda teve até agora. Ter participado do maior Festival de Punk Rock na atualidade foi uma grande conquista, não só para a 69, mas eu acho que também para o HC melódico da América do Sul.
6- A Colômbia tem a fama de possuir um público de Hardcore/Punk Rock fervoroso. Como vocês enxergam a cena Colombiana atualmente? Vocês poderiam recomendar algumas bandas?
Dalin: É verdade. A Colômbia é um país com uma tradição de HC punk e metal muito forte, mas felizmente a 69 conseguiu construir uma carreira musical bastante sólida, fazer um nome e ter uma “fan base” nos países de língua espanhola. Eu recomendaria uma banda muito legal chamada Autogestión.
7- Assim como o Brasil, a Colômbia é um país em desenvolvimento que encara diversos problemas como corrupção endêmica em todos os lugares, narcotráfico e violência. Na sua opinião, qual a importância do Hardcore neste tipo de ambiente?
Dalin: Nesse aspecto, a Colômbia e o Brasil são muito parecidos. Na real, toda a América latina sofre com a doença da corrupção, a qual resulta em desigualdade social, falta de oportunidades e por consequência em violência e narcotráfico. Então para nós o HC surge como uma ferramenta de denúncia e um meio para que a população abra os olhos diante do que está acontecendo.
8- E sobre a vida pessoal? Vocês estão envolvidos em outras atividades? Trabalho, Hobbies, etc….
Dalin: Cada um tenta levar uma vida tranquila, mas temos contas para pagar, então todos trabalhamos em coisas opostas a música. Entre nossos hobbies estão o skate, futebol e basketball.
9- Quais os próximos planos do 69 enfermos?
Dalin: Temos programado duas turnês para 2018. A tour pelo Brasil com a Thousand Oaks em abril e mais uma tour pelo Sul do continente que inclui o Sul do Brasil, Uruguai e Argentina.
Temos também para a metade do ano o lançamento de um Split no Japão, junto a uma banda dos EUA muito irada, a qual estará de tour pelo Brasil no próximo ano (o anúncio oficial será feito em algumas semanas). Na verdade, esse ano será muito legal! Não posso falar muito a respeito, mas terá mais bandas da Itália de tour pelo Brasil e nós dividiremos o palco em algumas datas. É só esperar o anúncio oficial.
10 — Palavras finais e alguma mensagem para os fãs Brasileiros?
Dalin: Realmente, a 69 só tem palavras de agradecimento para a cena Brasileira. Desde o início, tivemos uma baita recepção e carinho por parte do pessoal que curte o HC melódico. Para nós é uma honra e um privilégio poder fazer parte da cena do HC Brasileiro e ter a oportunidade de trabalhar junto e colaborar com um grão de areia para o futuro do HC no Brasil. Gostaria muito de agradecer e “mandar um salve” para quem curte o som da banda e dá uma força na internet. Um salve para quem já foi nos shows, para quem adquiriu um cd, uma camiseta ou um adesivo da banda e para você que nos fez esta entrevista tão legal e nos deu a oportunidade de que uma galera conheça um pouco mais do que é a 69.
Muito obrigado, Guilherme. Forte abraço!