Resenha por Guilherme Góes. Fotos por Eduardo da Costa.
Continuando a sequência de shows deste final de semana, rolou uma gig organizada pela agência Sobcontrole reunindo nada menos do que os três principais nomes do Hardcore nacional: Dance of Days, Dead Fish e CPM 22.
O evento aconteceu no Tropical Club Butantã. Localizado na Zona Oeste de São Paulo, o espaço é bastante popular entre fãs de Punk Rock, e já contou com apresentações de grandes bandas como Descendents, Dropkick Murphys e Millencolin.
A banda escolhida para a abertura deste show foi o Rocca. Infelizmente não pude comparecer para conferir o show. Eu espero que consiga assisti-los em um futuro próximo. Para abrir um evento com apenas nomes de peso, suponho que sejam realmente profissionais.
Dando continuidade ao evento, os veteranos do Dance of days subiram ao palco com um pequeno atraso. Com um público notável, a banda iniciou o show com a clássica “Adeus Sofia”. A banda conta dois trabalhos recentes, porém, curiosamente, o setlist da banda foi composto apenas com músicas clássicas como “No olhos da Guernica”, “Se essas paredes falassem”, “A valsa das águas vivas” e “Essa música me diz tanto que nem sei como não tem meu nome”. A banda encerrou o setlist com “Vai ver é assim mesmo” – que contou com a participação do Badauí do CPM 22 – e com a tradicional “Correção”.
Por volta das 20h, o Dead Fish subiu ao palco do Tropical. O vocalista Rodrigo Lima fez um pequeno discurso afirmando que “os Fascistas passaram”, e que neste momento, é necessário cuidar do próximo, e se possível, ensinar algo de útil para fortalecer o meio. A banda começou o show com a música “A urgência”. Com um performance energética, a banda tocou vários clássicos de sua carreira como “Zero e um”, “Tão iguais”, “MST” e “Molotov”. Ao longo do set, Rodrigo fez pequenos discursos. Afirmou que não se sentia confortável em tocar no bairro do Butantã, devido à comentários negativos que ouviu sobre os moradores “burgueses” do bairro. Além disso, como de costume nos shows da banda, fez críticas à classe média, a situação social corrente no Brasil e manteve forte a pauta da esquerda na qual defende.
A banda encerrou o show com as músicas “Afasia” e “Sonho médio”. Antes de se despedir, Rodrigo falou que dedicava aquele show ao maior preso político da atualidade – O ex-presidente Luis Inácio lula da Silva. Essa declaração dividiu o público. Alguns concordaram, outros discordaram; mas a grande maioria se permaneceu indiferente.
Após um pequeno sorteio realizado pelos patrocinadores do evento, o CPM 22 subiu ao palco. Seguido de uma pequena introdução instrumental, a banda iniciou o show com duas músicas seguidas do último álbum “Suor e Sacrifício” – o álbum mais “pesado” já lançado pela banda, que conta com a estreia do guitarrista Phil (ex-Dead Fish).
Badauí agradeceu a presença do público, disse que estava feliz em estar participando de um evento com bandas amigas e “quebrou o gelo” com a clássica “Tarde de Outubro”. Após uma pequena pausa no show devido à problemas técnicos, a banda seguiu com a música “Honra teu nome” e um cover da música “Flores” do Titãs. Com público bastante variado, composto por adolescentes Hardcore, adultos de 30 e poucos anos e até “boys do crossfit”, a banda apresentou diversas músicas do último trabalho e várias clássicas como “Regina Let’s go”, “Desconfio” e “Não sei viver sem ter você”. Encerraram a primeira parte do show com a música “Irreversível”.
Após uma pausa, a banda retornou ao palco para um Bis. Encerraram o show com as músicas “Inevitável” e “Um minuto para o fim do mundo” - essa última, clássica do grupo, que foi a música mais tocada nas rádios Brasileiras no ano de 2005.
Esse foi um grande evento. Ótima gig com três importantes importantes nomes da cena. Bandas cuja as músicas conseguem transmitir um sentimento de nostalgia e ânimo, mas ao mesmo tempo, uma certa preocupação devido aos problemas atuais do país.
Confira a galeria de fotos:
Dance of Days:
Dead Fish
CPM 22