Resenha por Guilherme Góes. Fotos por Fábio Martiniano e Jefferson Marques.
Após apresentações no Rio de janeiro, Pelotas, Porto Alegre, Criciúma e Curitiba, a banda skatepunk austríaca nufo encerrou sua mini turnê pelo Brasil no último domingo com um show na cidade de São Paulo. O evento aconteceu no Feeling music bar e contou com a participação das bandas Analog, Running like lions, Blackjaw e Plastic fire.
O Feeling music bar, espaço escolhido para sediar o evento, foi uma escolha certeira por parte da Blast produtora. O local possui dois palcos e apresentou um sistema de shows dinâmico bastante funcional entre os sets. Ao longo de toda a gig hardcore, o som da casa não apresentou ruídos e chiados – algo impressionante para os padrões de casas de shows underground. Sem duvidas, a infraestrutura do local foi um ponto positivo.
Abrindo o evento, a banda caiçara Analog foi a responsável pelo pontapé inicial da gig. Sem muita conversa com o público, o grupo compensou a falta de interação com a plateia apresentando música do excelente EP “Idiocracy” (2016) como “Branded”, “Move on” e “Puppet”. O Analog é uma das bandas mais legais da cena atual e mostrou uma performance cheia de energia, aquecendo bem o público com seu hardcore rápido e repleto de composições bem elaboradas.
Em seguida, foi a vez de a banda paulista Running Like Lions prosseguir com o evento no segundo palco do Feeling music bar, abrindo com a música “Last Ride”. Durante o show, o grupo apresentou um set focado em músicas do álbum “Rude Awakening” (2016), mas também mandou algumas músicas do disco “Into the pride (2011) e do EP “Elephant Supersoul” (2015)”. Ao termino da apresentação, o vocalista Dan Perreira agradeceu a Blast produtora por reunir tantas bandas amigas em uma única gig e também agradeceu a atenção dos integrantes da banda nufo pela presença na pista durante todo o set.
Continuando, o Blackjaw tocou em seguida, já com um público maior dentro do espaço. A banda seguiu com a primeira parte do show apresentando músicas do álbum “Anticlimax” (2017) como “Time to Unlearn”, “Find a Name That Perfectly Fits” e “Eclipse”, com o vocalista Ravi destacando sua tradicional performance, dançando e circulando pelo palco. O grupo também não deixou de fora importantes músicas antigas como “Lions” e “Sell your body”. Ravi afirmou que 2018 foi um grande ano para o Blackjaw e que o trabalho com a nova formação foi bastante positivo e renovador para a banda. Também destacou a importância de as bandas se manterem unidas e em atividade ao longo dos anos dentro do underground. Após o pequeno diálogo com o público, o quinteto santista encerrou o show com a música “New Priorities”.
Após uma pausa para troca de equipamentos, a atração internacional seguiu com a parte final da gig. O quinteto austríaco nufo apresentou diversas músicas do álbum “Virtual Paradise (2016)” como “Express”, “Just do it” e “Alright”, mas o setlist foi focado em músicas de um trabalho que será lançado em breve, com a audiência brasileira tendo a oportunidade de conferir o resultado desse material com exclusividade. O grande destaque da apresentação foi o carisma e a simpatia por parte dos integrantes em relação ao público. O guitarrista Matthias Pfleger agradeceu diversas vezes a presença e atenção da plateia, contou piadas e destacou alguns momentos “highlights” da turnê brasileira. Já o vocalista Alex Pfleger demonstrou uma simpatia impar, fazendo dancinhas “a La Greg Graffin”, brincando com o público e solicitando participação dos presentes. Mesmo embora tenha afirmado que estava com febre, o líder na banda não desaminou por um minuto, cativando a simpatia de todos. Ao termino do show, a banda apresentou um cover da música “Master Celebrator” (No fun at all), mandou mais duas músicas novas e solicitou a presença dos novos fãs ao palco para uma foto. O desempenho técnico, o talento, a paixão pela música e o carisma dos integrantes superaram as expectativas e fez o pequeno set do nufo uma apresentação marcante e memorável.
Seguindo com uma pequena alteração no line up da gig, a banda carioca Plastic fire foi a responsável por encerrar o evento. Após alguns meses sem tocar na cidade de São Paulo, o grupo aproveitou a oportunidade e iniciou o set com a nova música “Lavanrac” e seguiu com “A terceira pílula”. O quarteto continuou com algumas músicas do álbum “A última cidade livre” (2010) como “O preço de ser impessoal” e “Esgrima”, e passou por algumas do disco “Cidade veloz cidade” (2016) como “Dinossauros”, “Sobre o óbvio” e “Vida real”. Para a surpresa e felicidade dos fãs presentes, o Plastic fire também destacou músicas do “E.xistência Parcial (2008), como “No ar” e “Contramão”, na qual o lançamento completou dez anos de lançamento neste ano. Durante todo o set, a apresentação do vocalista Reynaldo Cruz foi um espetáculo a parte, cantando as músicas com os fãs na pista e dando saltos praticamente acrobáticos pelo palco.
O pequeno evento hardcore foi sensacional. As bandas Analog, Running like lions e Blackjaw foram escolhas certeiras para a abertura. A banda austríaca nufo surpreendeu a audiência com um show repleto de carisma. Já o Plastic fire realizou uma apresentação matadora, repleta de energia e com uma incrível conexão “público-banda”. Além disso, o espaço apresentou ótima acústica e qualidade de som, gerando criticas positivas por parte dos presentes. Gig hardcore realizada em total clima de amizade e respeito, como sempre deve ser em nosso meio!
E para aqueles estão interessados em futuras turnês que serão realizadas pelas Blast produtoras, fiquem ligados! Em breve, haverá novidades aqui no Besouros.net.
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