Resenha por Eduardo Franco Zampolo. Fotos cedidas por Flávio Santigo.
No último sábado (18/05) rolou no Tropical Butantã o show de 25 anos do Hot Water Music, seminal banda de post-hardcore de Gainesville/Florida, acompanhados do Terror, The Menzingers, Popeye, vocalista do Farside fazendo um set quase todo acústico e Hateen abrindo os trabalhos.
Hateen: a banda iniciou o show as 17:00 em ponto com uma casa bem vazia
infelizmente, mas que não tirou o brilho do show. Tocando apenas as músicas do início da carreira que são em inglês, a banda passeou por todos os clássicos da fase inicial, que correspondem os discos Hydrophobia, Dear Life e Loved. Canções como Big Life, My Birthday, e Mr Oldman foram cantadas em uníssono, além do cover de Crush Us All do Seaweed e uma linda homenagem ao Chris Wollard, guitarrista do HWM que vem passando por problemas de saúde e mais uma vez não pode estar presente na segunda passagem da banda pelo país. A homenagem consistiu em um som do The Draft com a participação especial e surpresa pra todos, do George Rebello, baterista do HWM dividindo os vocais, que deixou todo mundo emocionado.
Popeye, o vocalista da banda de hardcore de Orange County, Farside, lançada no inicio dos anos 90. Muitas pessoas, inclusive eu, estavam maravilhadas em ver as belas canções do Farside como “I Hope You’re Unhappy” cantadas em uníssono em maravilhosas versões acústicas. No fim da apresentação tivemos a maravilhosa surpresa de três musicas com banda, sendo a mesma composta pelo Koala do Hateen em uma guitarra, na outra estava o Nando Zambelli, ex-guitarrista do Garage Fuzz, na bateria estava o Daniel Siqueira, baterista do Garage Fuzz e Cesar Lost, organizador do evento, dono da Highlight Sounds e ex-integrante de bandas como Dance Of Days, Street Bulddogs entre outras. Tocaram versões plugadas do Farside fazendo muitas pessoas ali voltarem no tempo.
Logo depois foi a vez do The Menzingers, a banda da Pensilvania era bem aguardada por muitos, vi gente falando que foi no show só para vê-los e não estavam nem aí para o HWM. Com um repertorio preciso, passaram por toda a carreira, com uma apresentação enérgica e com um guitarrista (Tom May), que não parou um minuto sequer em cima do palco, finalizaram com “Kate is Great” do Bouncing Souls.
Ai foi a vez do Terror, a banda mais pesada da noite, e como disse o vocalista Scott Vogel, um peixe fora d’agua naquela noite. Brincadeiras a parte, os californianos fizeram um show pesado, dentro de uma hora em palco, divulgando o último trabalho Total Retaliation e tocando as clássicas “Keepers of the Faith” e “Spit My Rage”.
E depois disso tudo, comemorando 25 anos de carreira, o Hot Water Music entra no palco com a casa cheia e todo mundo ansioso a gritar a plenos pulmões os clássicos que estavam por vir. O repertório foi baseado em dois discos emblemáticos da banda, o seminal No Division de 1999, e Caution de 2002, que foi a grande abertura da banda para um público maior.
O show começou na ordem, sendo a primeira música do repertório a primeira
do No Division, “South East First”, e a última antes do bis, “Seein Diamond”, do Caution. Todos os grandes hits desses dois álbuns estavam la, como “Remedy”, “Trusty Chords”, “No Division”, “Rooftops” entre outras.
E sobre a ausência de Chris Wollard, o lugar dessa vez foi ocupado por Chris Cresswell, guitarra e vocal da banda Flatlinners, que cumpriu maravilhosamente bem a substituição, cantando muito bem as músicas do Chris e fazendo um show avassalador.
No bis tivemos “State of Grace” que veio em versão acústica, “Drag My Body” onde
Chuck compartilhou com os fãs, a história de um amigo e lágrimas. Se todos já não estavam emocionados o suficiente, ver Chuck Ragan ‘engasgar’ em um discurso onde agradece e diz para os fãs nunca desistirem, deve ter bastado. O show segue com “A Flight and a Crash”, “Mainline” e termina com “Never Going Back”.
Mais uma vez o Hot Water Music apesar do desfalque, não decepcionou e deixou todos que estavam presentes sem fôlego.