O líder da banda Statues on fire bateu um papo com o Guilherme Góes destacando alguns pontos sobre o processo de gravação do novo álbum Living in the Darkness, além de comentar sobre a recepção do público durante o show de lançamento do material. Confira:
– Olá, André! Primeiramente, agradeço a consideração em ceder um tempo para essa pequena entrevista. No mês de maio, o Statues on Fire lançou um novo álbum intitulado Living in the darkness. Esse foi o primeiro lançamento da banda em três anos. Em sua opinião, qual a principal diferença desse trabalho em relação aos discos anteriores?
André: Caraca, três anos? Esse foi um disco escrito em muito pouco tempo para falar a verdade. Sempre fazemos duas turnês gringas, estávamos na segunda tour do No Tomorrow quando o Andre Curci saiu da banda e o Regis teve que pegar todo o repertório pra ir pra tour em abril de 2018. Nós tivemos sete meses para escrever, e em novembro tínhamos que entrar em estúdio e começar a gravar. A grande diferença foi que o disco foi feito com quatro pessoas focadas em entregar o melhor material possível e que “batesse” nos outros dois discos. Foram dias e horas de ensaio e pré-produção até ficar do jeito que ficou.
– Como foi o processo de gravação do Living in the Darkness?
André: A gente sempre grava com o Heros Trench e Marcello Pompeu. Nós entramos no [estúdio] no final de novembro e ficou pronto em janeiro. Nossa gravadora alemã pediu a master no começo do ano.
– Quem foi o responsável pela arte presente na capa do disco? E qual mensagem vocês tentaram transmitir?
André: Não podemos divulgar quem fez a foto ou local, pois o fotógrafo nos pediu isso, senão ele corre risco de sanção em seu país. Achamos essa foto no Google imagens e compramos os direitos.
Outro dia, um amigo disse que lembrava o lance de Mariana, que eu achei tudo a ver, mas a capa é a clássica foto com as estátuas detonadas e pelo rio imundo que ela esta, você já pode relacionar o título ao mundo atual.
– A sonoridade neste novo álbum é muito mais pesada em relação aos trabalhos anteriores. Quais fatores foram cruciais para essas características?
André: Na verdade, colocamos as guitarras em um volume mais alto. Acho que isso que deu a impressão de que é mais pesado.
– Entre os destaques do novo álbum, está o single “Marielle”, dedicado à vereadora carioca que foi brutalmente assassinada ano passado. De quem foi a ideia de realizar essa importante homenagem?
André: Foi minha, porém, nada na banda é acordado sozinho.
– Ainda levando em consideração o caso da Marielle Franco: em sua opinião, entre tantos acontecimentos negativos que estão ocorrendo no Brasil nos últimos anos, quais temas merecem mais atenção por parte da comunidade punk rock/hardcore?
André: Acho que ficar atento ao que está acontecendo é o dever de todo cidadão, porém, a tendência ao fascismo crescente até no meio punk… é de assustar. Essa é a provar que nesse país temos um monte de idiotas sem nada na cabeça.
– O Statues on Fire possui uma grande visibilidade na Europa. O novo álbum também foi lançado no velho continente através de alguma gravadora? Além disso, a banda tem planos de excursionar por lá novamente em um futuro próximo?
André: Nossa meta é ir uma vez ao ano, lembrando que o disco também saiu nos EUA em vinil.
– No último sábado, vocês realizaram o show de lançamento do Living in the Darkness na The house (antigo Hangar 110). Como foi a reação do público em relação as novas músicas ao vivo?
André: Acho que a galera ouviu-o no repeat, pois todo mundo sabia todas [as letras] de cor e salteado. Foi muito emocionante.
– Atualmente, quais outras bandas nacionais possuem uma postura alinhada ao Statues on fire?
André: Paura, RDP, Garotos podres, Malvina, Dead Fish….
– Para finalizar, o Statues on Fire irá dividir o palco com Face to Face e Strung out no próximo final de semana. Quais as expectativas para esse show?
André: Espero um clima de paz. Na última vez que tocamos com o Strung out, eles quase se pegaram no tapa (hahahaha).
– André, mais uma vez, agradeço pela consideração. Agora, diga algo para nossos leitores.
André: Siga o Statues, valeu Solid por esse lindo show e valeu Besouros e todos os leitores.