Resenha por Guilherme Góes
O segundo dia do Oxigênio festival foi marcado por uma maior presença do público no espaço e nos arredores da Via Matarazzo. A abertura da casa para o público geral começou por volta das 15h.
Os rapazes da banda Nemodes deram o ponta pé inicial no sábado. O grupo voltado ao rock clássico animou bastante as primeiras pessoas que chegaram ao local. Muitos dos que estavam presentes ouviram com atenção as músicas e alguns dos presentes na pista participaram juntos durante o single “Longe de mim”.
Foto por Eduardo Costa
As garotas do The Monic iniciaram o dia no palco Off the wall. O quarteto apresentou para um pequeno público o seu cativante som grunge com letras impactantes sobre questões feministas, variando de maneira criativa entre o idioma inglês e o português. Os destaques do set foram as execuções dos singles “Mexico”, “High” e “Mal dizer”. Ao termino do set, a vocalista Alê Labelle dedicou o show a Taynara Cristina dos Santos – líder de um coletivo feminista da periferia da zona sul paulista que foi assassinada pelo ex-marido na primeira semana de setembro.
Foto por Dayane Mello
Mesmo sem presença do vocalista João Gordo (o líder do grupo segue em recuperação após ter sido internado por pneumonia grave), Ratos de Porão decidiu manter a presença no festival. Em formato de trio, a banda tocou na íntegra o álbum “Brasil” (1989), gerando alguns dos maiores circle pits de todo o evento entre as músicas “Amazônia nunca mais”, “Beber até morrer” e “Herança”. O guitarrista Jão mencionou que “jamais poderia imaginar que os problemas mencionados nas letras do trabalho iriam continuar relevantes após 30 anos” e também brincou afirmando que “a única saída para esse país é o aeroporto”. Os integrantes do grupo também solicitaram apoio para a causa do viaduto Alcântara Machado. Após a última música, o baixista Júnior Sangiorgio agradeceu a compreensão do público pelo set curto e prometeu novas apresentações quando a situação interna da banda voltar ao normal.
Foto por Dayane Mello
Zumbis do Espaço foi responsável por um dos shows mais animados do festival no palco Side Stripe. O grupo comandado pelo icônico Tor apresentou para um público variado suas músicas sinistras com letras baseadas em filmes de terror. Sem grandes novidades no setlist, a banda mandou uma sequência de clássicos, entre elas: “Que venham os mortos”, “Nos braços da vampira”, “Mato por prazer”, “Casa dos Horrores” e “A marca dos três noves invertidos”. O set foi encerrado com “O Mal Nunca Morre”.
A banda Gloria também marcou presença em mais uma edição do evento, apresentando um novo setlist com as músicas do novo álbum “Acima do céu”. Iniciando o show com a música “Karma”, o grupo seguiu com o single “Voa”. Após o vocalista Mi afirmar que aquele era um show especial por ser sua primeira apresentação totalmente sóbrio em sete anos, o quinteto apresentou o single de trabalho “Acima do céu” e emendou com os clássicos “Vai pagar caro por me conhecer” e “A arte de fazer Inimigos”. A segunda parte do repertorio foi composta por antigas canções, entre elas: “Bicho do mato”, “Minha Paz” e “Asas Fracas”. Após agradecimentos dos integrantes em relação ao respeito do público e apoio dos fãs ao longo dos anos, o grupo fechou a apresentação com “Onde estiver”.
Foto por Dayane Mello
Após a recente turnê na Europa, a banda mineira Pense escolheu o palco Off the Wall para apresentar seu novo show por aqui. Antes de subir ao palco, o vocalista Lucas Guerra cumprimentou os fãs que se espremiam na grade do espaço. Em seguida, o grupo iniciou a apresentação com a música “O que me cega” e seguiu com sons do álbum “Além daquilo que te chega” (2014), fazendo a galera delirar em crowdsurfings e stage dives – a empolgação foi tanta, afinal, que foi preciso fazer uma pausa no show para socorrer um fã que quebrou a perna ao saltar do palco. O quinteto fechou a última parte do show com as músicas “Espelho da alma”, “Contra cultura”, “Gota a Gota” e “Eu não posso mais” – que contou com um beijo de um casal homossexual no palco, reforçando a mensagem de diversidade presente na letra dessa canção.
Foto por Dayane Mello
Após sete anos ausente dos palcos, a banda carioca Rivets apresentou um show de retorno em comemoração aos 20 anos do lançamento do álbum Just a point of view, sendo uma das atrações mais aguardadas de todo o evento. O set do grupo contou com diversas músicas do clássico disco de hardcore melódico e uma novidade: a apresentação da música “Why?”, canção gravada em 1999 que nunca foi lançada oficialmente ou executada ao vivo. Outra surpresa foi a participação do vocalista Danilo Cutrim da banda Braza na música Land of giants. Após brincadeiras do vocalista Fabrício afirmando que irá demorar um bom tempo para a banda se reunir novamente, o grupo fechou a noite com “Sometimes” e “Marriage” – clássicos supremos da cena melódica nacional noventista.
Foto por Eduardo Costa
Big Up foi a atração responsável por trazer a primeira leva gigantesca de fãs ao palco Off the Wall no sábado. O grupo que possui uma grande repercussão nas rádios apresentou um set divertido e repleto de boas vibrações destacando os hits “Deixa o amor”, “Rosa flor” e “Menina”, com as letras sendo seguidas por todos os presentes no espaço. O músico Gabriel Geraissati afirmou que a apresentação no Oxigênio era a realização de um sonho, pois imaginava que uma banda formada na periferia da zona sul de São Paulo jamais seria capaz de chegar tão longe.
Foto por Dayane Mello
Estreando no festival, a banda Supercombo foi responsável por aquecer a pista para o Braza. O grupo capixaba agitou o público com diversas músicas do cultuado álbum “Amianto” (2014), como: “Matagal”, “Campo de Força”, “Piloto Automático”, “Menino”, e “Soldadinho”, além dos singles Bonsai e “Saudades”.
Foto por Dayane Mello
Já com o espaço completamente abarrotado, a banda carioca Braza deu início ao set com o single “Liquidificador”, seguindo com “Segue o Baile” e “Ande”. O vocalista Danilo Cutrim deixou os presentes à vontade e manteve diversos diálogos com a plateia sobre amor e positividade. Outros hits importantes como “Tanto”, “Tijolo por Tijolo” e “Qual é o rosto de Deus” também marcaram presença no setlist. Próximo às 2h da madrugada, o segundo dia do Oxigênio Festival foi encerrado com a música “Jaya”.
Foto por Dayane Mello
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