Confira a entrevista exclusiva com o os paulistanos do Color TV, que estão lançando seu segundo álbum: Calamares.
Bacon – Quando surgiu a banda? Que tipo de som influenciou?
Bill – Sempre pirei muito em criar, e o ColorTV surgiu como uma alternativa a outras bandas que tinha no começo da década, como o Tuneful Chaos. A ideia principal era gravar coisas minhas e testar novas possibilidades, entre elas cantar, coisa que nunca havia feito. Sendo assim, chamei um camarada, o Jukinha, pra gravar a bateria, em 2004, do que viria a ser nosso primeiro disco, Past Presents The Wrong Side Of The Road. O resultado foi bacana, e concordamos em montar a banda, chamar os demais integrantes e fazer alguns shows. Na época, o Allan Lito, que na época tinha o selo Igloo Discos, colou em um dos nossos shows e quis lançar um disco. Só a partir daí o ColorTV tomou forma de fato e seguiu como banda, tudo certinho e tal. Esse play, principalmente pela forma em que foi gravado (como uma não-banda), tem muito a ver com a admiração que tenho pelo Pocket Watch – Late!, gravado pelo Dave Grohl pouco antes do Nirvana. A partir daí da pra sacar que é inevitável uma associação com bandas dos anos 90, que é o caminho que o ColorTV segue até hoje.
Bacon – Quando será lançado o novo álbum?
Bill – O Calamares vai ser lançado neste segundo semestre, pelo selo Pisces Records.
Bacon – Quais as diferenças entre o primeiro e o segundo álbum; incluindo mudança de integrantes?
Bill – Genericamente falando, o Calamares é uma evolução natural da sonoridade proposta pelo ColorTV. O primeiro álbum, o Past Presents The Wrong Side of The Road, tem de certa forma uma ingenuidade bacana pra caralho, que hoje olho e sinto orgulho, uma sensação do tipo “opa, eu entendo o que queria dizer com isso!”. Tinha a ver com testes dentro de uma sonoridade objetiva, de pensar em camadas de guitarras dissonantes propositalmente e ao mesmo tempo rápidas.
O Calamares em minha opinião é mais intenso, pois consegui através dos anos sacar uma maneira de dizer exatamente, linha por linha, as diversas sensações que queria passar em um som. É um disco interessante pra caralho por conta disso… Dá pra sacar essa linearidade. Daqui a 10 anos vou poder escutar e respeitar esse trampo, pois corresponde exatamente ao que a banda se tornou e o que é atualmente.
O Calamares foi gravado por mim, o Jukinha, que havia gravado o primeiro disco, e o Juca Hebling, que tocou com a gente ao longo dos anos durante os shows do primeiro disco. Também teve a participação de uma galera, como o Marcos Gerez, do Hurtmold, e o Edê Clairefont, que tocava no Againe. Atualmente o ColorTV tem um lineup novo, com o Danilo Bortolotti na bateria, o Francisco Mazalli na guitarra, e o Rodrigo Villasboas no baixo. O forte do ColorTV em minha opinião é essa rotatividade de gente tocando, e que, ao mesmo tempo, se conhece a anos. Conheço há mais de 10 anos esses caras, e é bacana ter a oportunidade de aprender e dividir experiências com o maior número de pessoas possíveis. Música e o ColorTV pra mim é isso, desde o começo.
Bacon – Por que o nome do álbum é Calamares, quem fez a arte?
Bill – Nada demais. Eu curto muito frutos do mar, cara. Vôngole, Ostra, Camarão, Polvo, Marisco… e Lula. Minha mãe fez um rolê no México e voltou com umas 40 lulas enlatadas na mochila em minha homenagem, que lá se chama Calamares. Bebi a garrafa de tequila e a homenagem acabou sendo recíproca, hahaha.
Quem fez a arte foi o Mario Cappi, que é um puta artista, além de tocar guitarra no Hurtmold, uma das bandas nacionais que mais admiro.
Bacon – E a Questão de ter o lançamento virtual e depois o físico?
Bill – A internet está aí pra ajudar, cara, e nem encaro a coisa toda como uma decisão Internet X formato físico, tampouco como o que vou lançar primeiro. Disponibilizei simplesmente porque queria que todos escutassem, e como não haviamos agendado nosso show de lançamento e o CD seria legal ser apresentado assim, a parada caiu primeiro na internet.
Apesar do Calamares ter sido lançado por um selo, a Pisces Records, entendemos que estamos em um mercado independente, de curto alcance, e que só é possível ter um impacto além do regional com a ajuda da internet. Distribuir um álbum na raça, sem ajuda de uma distribuidora e tal, é difícil pra caralho. O lance é todos terem acesso. Quem quiser o disco, encomenda a um preço barato (R$ 5), e quem quer só ouvir, basta ir procurar na internet.
Bacon – Quais os planos para depois do lançamento do novo álbum, divulgação e tour.
Bill – A ideia é tocar o barco, divulgar o Calamares para o maior número de pessoase evoluir musicalmente, cara. Não sei o que vai ser daqui pra frente, mas espero que este disco seja tão bem aceito quanto o primeiro, e que consigamos tocar em lugares que nunca fomos.
Bacon – Muito obrigado pela entrevista, e fica o espaço pra darem um recado!
Bill – Valeu ai Bacon pela entrevista e a todos que estão com a gente! Nossa festa de lançamento rola sexta-feira 18 na Outs, e dia 9 de julho, no Inferno. Por ora é só.
Links:
Contato da banda
Twitter : @color__tv
Myspace: www.myspace.com/billcolortv
Trama Virtual: www.tramavirtual.com.br/color_tv
Facebook – http://www.facebook.com/home.php?#!/pages/Color-Tv/124644824231582?ref=ts
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