Confira uma entrevista exclusiva com Daniel vocal do A-OK, e participação de Ricardo guitarrista! A-OK toca um hardcore de peso, nascendo da cena de Curitiba, e sempre conquistando fãns por cidades a fora! Por Thiago Montgomer (Thiagones)!
Thiagones: O A-ok acabou de voltar da 2° tour gringa, como foi lá nas Europa?
Daniel: Cara, foi massa pra carálho, foi uma experiência fudida, fomos lá, fizemos um som lá, somos brasileiros e os caras se amarraram. Pena a gente não ficar por la, porque lá a gente ”passa o carro” cara. E lá é outro mundo cara, outra parada, o cara reconhece seu trampo, tem estrutura, o cara valoriza o músico, se o cara é foda os caras lá valorizam, tendeu tipo, o básico que a gente não tem aqui né. Quando a gente vai pra lá, a gente é tratado bem pra caralho, não que a gente queira ser tratado como superstar, mas a gente tem o nosso devido valor, em todos os shows que a gente teve pela Europa inteira, a gente começou a tour abrindo os shows, e todos os shows que a gente fez, a gente terminou fechando. Por mérito, não por a gente chegar e falar que a gente tinha que fechar, porque eles viram que a gente era banda de fechar, eles mudaram os cartazes todos lá, colocaram a gente lá, não foi a gente, a gente impôs com o nosso som lá, e em português, em Amsterdã, Berlin, na “puta que o pariu”. A gente “tocou o foda-se” lá cara, mandamos bem pra caralho, conhecemos uma galera, tocamos em vários picos, tipo, um dia tinha tocado “Samiam”, na outra semana tinha tocado o “No Use For a Name” ai a gente tocando lá o “No Use..” os caras escreviam lá no camarim lá, “No Use passou por aqui” ai a gente, “E a gente também”. Fazia o som lá, e muitas vezes a gente era muito mais lembrado, a banda do Brasil lá, do que o “No Use..” que vai toda semana lá. Não querendo falar que a gente é melhor que o “No Use..” ou alguma outra banda, mas tipo é a subvalorização que fazem do seu som aqui no Brasil. Tipo, o que é do Brasil é um lixo, e tudo que vem de fora de americano… Americano desceu no Brasil é lindo né, preciso nem falar nada. E quando você ta lá você é valorizado pelo som mesmo, se você for lá e fizer feio cara, você não vai nem subir nem nada…
Thiagones: Que tipos de lugares que vocês tocaram nessas Tours gringas, são “squats”, ou casas de shows, e com que bandas vocês tocaram por lá?
Daniel: A gente tocou assim em bar e festa, tocamos em todo tipo de buraco lá cara. Tocamos ate em zona lá.
Thiagones: Loko hehe, e com as putas lá?
Daniel: Não não, sem as putas , mas é zona.Ai tocamos lá , e a gente fez uma parada muito loca lá cara, que a gente pegou uma banda de Straight Edge assim, agressiva que abriu, e foi muito loco, que eu pensei assim, puta merda né cara , a galera meio que arrumada pra dançar e talz, foi na Áustria né, a parada, ai pensei , “pó , essa galera ai vai dançar e talz”, a primeira banda que entrou, banda old school lá, straight edge , austríaca, moendo cara, foi foda.
Thiagones: Caras, eu fiz a mesma pergunta pro “Sugar Kane” e agora pergunto pra vocês, têm uma lenda aqui no “hardecore Curitibano” que diz que vocês têm alguma treta / richa com eles (Sugar Kane). Quero saber se isso procede ou não..
Daniel: Não, cara, a gente ama eles cara. Isso ai não tem nada a ver cara.
Thiagones: E de onde veio essa história?
Daniel: Veio porque as duas bandas que começaram ai de Curitiba, começaram juntas desde o começo, acho que foram as primeiras bandas daqui que saíram pra tocar em São Paulo,daí era coisa de **PIAH** (pra quem não sabe PIAH = Garoto , Moleque hehehe) cara. Não tocava, não viajava junto, tinha tretinha, era mais treta das galeras que curtia as bandas do que das bandas. Tipo, a galera que curtia “A-ok” era uma galera que no começo gostava de som em português, “Sugar Kane” gostava em inglês, mas ai o “Sugar Kane” começou a cantar em português e fico tudo a mesma galera, então isso ai é lenda cara, os caras são broders nossos e são uma puta banda.
Thiagones: Qual a importância pra cena brasileira ter a volta de um “Sugar Kane”, por exemplo? E que bandas brasileiras mais influenciaram o “A-oK” no começo da carreira e agora também?
Daniel: A cara eu sou suspeito pra falar porque eu sou um cara de outra geração, gostava de um outro tipo de som, mas de hardcore tem o “Pinheads”, os caras são lenda até hoje, são ícones, “Limbonautas” ai,galera das antigas de Curitiba que pô, sempre veio moendo, “No Milk Today”, “Pelebroi não Sei”, galera das antigas , isso acho que influenciou a gente né cara. Eu gostava, ia no show deles, achava massa pra caralho, mas eu tinha um outra pilha, tinha outras bandas, instrumental, tinha umas outras loucuras minhas, parada loca mesmo. Sobre a volta é massa pra caralho eles tarem voltando né cara, porque precisa né, a molecada nova tem que ter banda boa pra olhar né. Ver o René moendo ali, puta batera, o Vini toca pra caralho, Capilé toca pra caralho, os caras tocam pra caralho, os caras tocam pra caralho. Os caras vão chegar ali vão ver os caras tocando bem e vão influenciar a molecada nova. Tipo a gente ta só no bagaço só cara, galera só quer saber de tomar todas e fazer um som, eeee é isso ai.
Thiagones: E sobre essa moda EMO ai???
Daniel: Pau no CÚ. hahahahaha
Thiagones: Cada Cd do “A-ok” foi lançado por um selo, Vocês tem algum problema ou alguma dificuldade a mais com distribuição / comercialização por esse motivo ou é sossegado?
Daniel: Não, não cara, tranqüilo, nunca teve problemas, graças a deus. Mas se tiver também foda-se hehehe.
Thiagones: Do 1° CD “Aprecie com Moderação” ate o novo “Samurai” o que mais mudou do som?
Daniel: Tudo
Thiagones: Pra melhor ou pra pior hahaha?
Daniel: Pô, pra melhor sempre né cara. Mais experiência, bagagem, jogo de cintura, tudo.
Thiagones: Isso ae, pra terminar, planos pro futuro do “A- ok” Agora de volta as terras bazucas, o que eu vai rolar? Divulgação do CD novo “Samurai” mais shows?
Daniel: Futuro, putz cara, Qual o futuro Ricardo (Guitarra)
Ricardo (Guitarra): Futuro, futuro animaaal hahahaha
Daniel: Futuro é o futuro cara, vamos ver o que vai acontecer.