Nosso colaborador Mad chrystian bateu um papo com o baixista Fabricio Luiz De Souza do Garage Fuzz. A banda santista tocará no Blast HC Fest esse mês em São Paulo. Confira:
1) Vira a e mexe, algum tipo de repescagem musical fala dos anos 90 e Santos se tornou referência, lar de muitas bandas boas. O que você acha da cena musical de Santos nos dias de hoje?
Fabricio: Sim, foi um cena que também influenciou muito a cena do estilo no Brasil, as bandas e público estavam muito antenadas com o que estava acontecendo musicalmente lá fora, naquele momento, mas num determinado momento, e muitas bandas e muita gente, começaram a almejar sucesso comercial, e foram abandonando esse estilo musical. Ficou um tempo sem reciclar a cena. E de uns anos pra cá, começaram a surgir varias bandas muito boas que revigoraram a cena, mas ainda, em termos de público, não chega a ser como naquele época. Hoje em dia existem muitas bandas covers e muitas casas de show que só tocam as mesmas.
2) Em quase 30 anos de estrada, o Garage Fuzz já dividiu o palco com diversas bandas nacionais e internacionais, entre algumas delas estão nomes como Shelter, Seaweed e Samiam. Que show do Garage você destaca como memorável?
Fabricio: Todos esses shows foram memoráveis, mas a tour com Seaweed a banda vê com um carinho especial, pois os caras eram muito gente fina, houve uma sintonia muito boa! Trocaram muitas informações conosco e as bandas ficavam misturadas, como se nos conhecêssemos a muito tempo, mas os shows com essas outras bandas citadas, também foram bem legais.
3) Vocês têm uma discografia bem ampla, com três demos, sete álbuns, entre eles ao vivo e eps. Como é olhar para discografia do Garage Fuzz hoje? Quais suas impressões quanto as composições feitas e os resultados?
Fabricio: Difícil falar sobre isso, porque sempre compomos no instinto, influenciados com o que escutávamos em cada período. Quando escuto hoje em dia, percebo essas influências. Na realidade, dá um orgulho danado de ver o que construímos musicalmente.
4) Em 2019, o “Turn the Page” completa 20 anos. Você consegue se lembrar das bandas que vocês estavam escutando na época de composições desse disco? Quais coisas que você acredita que influenciaram o Garage Fuzz naquela fase.
Fabricio: Além de rock de quase todos os estilos, que é uma marca do Garage Fuzz, estávamos saindo da fase HC melódico e guitar band e escutávamos muito pós hardcore como: Farside, Starmarcket, Sense Field, Samiam e ir por diante… hehehe
5) Como anda o processo de produção do novo disco? O que pode nos contar a respeito dele?
Fabricio: Já temos umas 6 musicas prontas e muitas incompletas. Estamos conciliando os shows com os ensaios de composições. Vamos lançar um single com duas músicas no máximo até o meio do ano e continuaremos compondo mais músicas pro novo álbum.
6) Existem relatos de fãs sobre a influência do Garage Fuzz em suas vidas, não somente com o próprio som, mas também como referência cultural do hardcore. Sempre usando camisetas de bandas como Minutemen, Refused e fIREHOSE entre outras. Vocês acabam levando os fãs que não as conhecem, a procurarem e consumir o som também. Como vocês se sentem sabendo que fazem parte desse tipo de referência cultural do underground?
Fabricio: Poxa, a gente se sente lisonjeados, sempre fizemos as coisas sem pensar nisso, pensando apenas nas nossas atitudes e botando em prática todos os ideais que aprendemos no rock underground nesses todos.
7) Por falar em consumir música, o que vocês têm ouvido ultimamente? Alguma indicação de bandas para os fãs?
Fabricio: Ainda escutamos tudo o que escutávamos… e cada um da banda tem suas influências específicas hoje em dia… então, não respondo por todos… hahahaha o importante é que somos muito ligados ao rock e as novidades até hoje.
8) Olhando para o passado resgatado através do documentário “Califórnia Brasileira”, e também da exposição “Não temos condições de responder a todos”, que aborda uma época que surgiu uma enorme quantidade de bandas independentes. Qual o prognóstico que o Garage Fuzz dá para o futuro do hardcore no Brasil? Vocês acreditam que há uma tendência de evolução, ou tempos difíceis virão?
Fabricio: O Brasil vive um momento cultural difícil, com uma juventude muito conservadora, mas ainda assim, vejo nos festivais de hc que tivemos pelo Brasil a fora, muitos jovens novos na cena, com grande empolgação, com certeza esta rolando uma reciclagem, e isso é um ótimo sinal.
9) O Garage Fuzz gravou versões acústicas de algumas músicas e fez algumas apresentações no formato desplugado em São Pulo e em Santos, as músicas estão disponíveis nas principais plataformas digitais, vocês pretendem lançar esse material em formato físico e quem sabe uma tour maior nesse formato?
Fabrício: Gravamos nossa apresentação acústica no sesc 24 de maio, em abril do ano passado, fomos trabalhando aos poucos nessa gravação, que vai sair agora com 10 músicas acústicas e ao vivo, aguardem…
10) Para finalizar, qual a expectativa de tocar no Blast HC fest com essa nova geração do hardcore?
Fabricio: Expectativa muito boa, sempre bom ver a cena se reciclando e o pessoal mantendo o espírito, vamo que vamo!
Saiba mais sobre o Blast HC Fest
Bandas:
Symphony of Distraction ( USA )
GARAGE FUZZ
69 enfermos
FISTT
Against the “Hero”
Sapataria
Reativos
Wiseman
Serviço:
Data: 31 de Março – Brasil – São Paulo – a apartir das 15hr.
Local: FELLING – Rua Domingos de Morais, 1739 – Vila Mariana – São Paulo (prox. Metrô Vila Mariana)
Ingressos:
1º Lote – R$ 30,00
2º Lote – R$ 40,00
online:
https://www.sympla.com.br/blast-hc-fest__452665
físicos:
Loja 255 Galeria do Rock (A partir de 13/02/2019 | quarta-Feira)
Apoio :
Morning Wood Records
Feeling
Besouros Net
ZonaPunk.com.br
Loja 255
Barbearia Petrucci