Batemos um papo com Guz, vocalista da banda Mistanásia. Sua banda toca junto com o Thousand Oaks da Itália no final do abril/2018. Por Guilherme Góes.
1- Olá, Guz! Obrigado pelo tempo cedido. Para começar, fale um pouco sobre a banda.
O Mistanásia sempre foi um projeto paralelo meu. Eu tinha uma banda cover que tocava com uns amigos da escola para passar o tempo, depois resolvemos escrever algumas músicas, chamamos alguns amigos pra completar o time e assim surgiu o Mistanásia; Tudo isso aconteceu entre 2007 e 2012. Apesar de todo esse tempo, a banda só havia tocado em apenas um show e logo em seguida acabou se desfazendo, família, trabalho, mudanças… e acabei engavetando o projeto até 2015, onde acabei chamando outros amigos que haviam tocado comigo recentemente e estavam todos disponíveis pra se dedicar, aí a coisa começou a nascer de verdade.
2 — Recentemente, o Mistanásia tocou no evento Hardcore nas ruas com as bandas Running like lions e Matches and Gasoline. Algumas pessoas conheceram a banda nesta GIG. Como foi a experiência de tocar na rua para um público aleatório?
Cara, foi uma das experiências mais legais que já tive como banda. Muita gente veio conversar comigo, jovens, pessoas mais velhas, pessoas em situação de rua, diversas pessoas. Foi algo surreal ver que muita gente parou pra ouvir o que tínhamos pra dizer ali, tanto nas letras quanto nas mensagens que tentamos passar entre as músicas, foi incrível!
3 — Embora a banda seja recente, já possui um álbum Full length. Como foi a gravação deste trabalho?
Como citei anteriormente, esse é um projeto que tenho faz tempo, a maioria das letras são de ex-integrantes, tocamos as músicas praticamente do mesmo jeito de quando foram criadas e alterei poucas coisas nessas letras que não foram escritas por mim.
O processo de gravação começou no final de 2015 quando fomos selecionados pra participar do projeto CONVERSE RUBBER TRACKS, onde a banda ganhou 1 dia inteiro de gravações no FAMILY MOB STUDIO em São Paulo. Quando ficamos sabendo, já corremos pra pré-produzir e terminar os detalhes que faltavam, foi uma prova de fogo pra mim, pois eu nunca tinha cantado “pra valer”, gravar e etc. Ensaiei bastante, fiz ensaios sozinho para entender como funciona e depois nós “fomos para cima”.
No Family Mob, captamos todas as baterias do disco, com supervisão do incrível Jean Dolabella (Ego Kill Tallent), Cabelo (Engenheiro de som), nosso amigo Skero (ex-Analisando Sara) e a produção do disco ficou na responsa do Caio Fernandes (Cabeção Music Estúdio). Foi um dos dias mais legais de nossas vidas, os melhores equipamentos imagináveis estavam à nossa disposição e tentamos aproveitar ao máximo.
A segunda parte do trabalho foi em São Vicente, no estúdio do nosso produtor. Concluímos as cordas, vozes, mix e master. Ficamos muito contentes com o resultado final.
4 — A banda possui letras bastante politizadas e agressivas. Como você enxerga a situação social do nosso país atualmente? E como isso influencia o seu trabalho?
A situação atual em que vivemos, tanto política como social, é de uma confusão tremenda. O Brasileiro sempre busca um time pra torcer, os que são contra se tornam inimigos. É muito posicionamento e pouco entendimento, compreensão e racionalidade. Enquanto nos digladiamos, os políticos estão superfaturando obras e nos entregando um serviço de péssima qualidade e nos colocando em confronto contra nós mesmos.
Eu procuro não assistir TV, tampouco discutir política em redes sociais. Gosto muito de conversar, trocar ideias com amigos ou conhecidos. No “olho no olho”, é possível passar sua ideia e entender o porquê da pessoa pensar de uma forma diferente. É mais orgânico e política procuramos fazer no dia-a-dia e da forma que pudermos fazer (doações, ações e etc.).
5 — Os três integrantes do do Mistanásia costumavam tocar no Blackjaw. Essa banda tem um som bem melódico, já este novo projeto possui um som mais rápido e agressivo. Qual o motivo da mudança? Por que não continuaram com o som melódico?
A maioria dessas músicas haviam sido feitas em outrora e já com essa temática rápida, agressiva e política. Os ex-integrantes são a única ligação, de resto, é um projeto totalmente diferente e moldado até mesmo antes da existência da banda citada.
6 — E como foi a experiência no Blackjaw?
Foi uma experiência muito bacana. Conheci muitas pessoas e viajei pra várias cidades. Foi bem legal.
7 — Quais as principais influências musicais do Mistanásia?
Cara… O Mistanásia é uma salada de frutas: vai do Skate punk ao Grunge, do hardcore old school ao Rock and roll clássico, do Indie ao Punk rock.
É realmente muito difícil falar sobre isso, mas falando por mim, bandas que me influenciaram muito na composição das músicas foram: Comeback Kid, Strike Anywhere, Millencolin, Rise Against, Nirvana,Sick of it All, Silverchair e mais algumas que não me lembro agora.
8 — Quais são os projetos futuros da banda?
Pensamos em gravar mais alguns clipes pra encerrar a fase desse disco e partir pra novas gravações. Estamos tentando lançar o disco em forma física e fazer mais alguns merchs novos. Vamos indo devagar e vamos chegando aos poucos nos ouvidos da galera.
9 — Guz, obrigado pelo tempo cedido! Diga alguma coisa aí. Este espaço é seu!
Gostaria de agradecer o espaço e pelo interesse no Mistanásia. Somos uma banda sem pretensões. Queremos apenas fazer um som, passar uma mensagem positiva e trocar ideias com as pessoas. Quem quiser conhecer melhor a banda, é só buscar nas redes sociais e em todas as plataformas de streaming.