Entrevista por Guilherme Góes:
Conheci a banda Lemori após o último show dos Cearenses na Cidade São Paulo. Após algumas semanas, consegui bater um papo o guitarrista Welton. O integrante do quinteto falou um pouco sobre a banda, a cena hardcore no Ceará e sobre os shows na cidade de São Paulo. Confere aí!
1 — Primeiramente, obrigado Welton e banda Lemori por ceder um tempo para um bate papo. Por favor, fale um pouco sobre o trabalho de vocês para quem ainda não conhece a banda.
Welton: Somos uma banda independente de hardcore melódico. Estamos juntos desde 2010 e já lançamos três trabalhos: o primeiro disco “Lemori” (2012), o EP “Cotidiano” (2014) e segundo disco “Valores Inversos” (2017). Com esse último disco, estamos rodando o Brasil e já passamos por Recife, Aracaju, Maceió, Brasília, Belém, Rio de janeiro e São Paulo! Estamos no final da tour deste último disco. Temos em nosso currículo shows com bandas como: Rufio (EUA), Rancore (SP), Bullet Bane (SP), Jason (RJ), Sugar Kane (PR), Plastic Fire (RJ), Hateen (SP) Pense (BH) CPM 22 (SP), Gritando HC (SP) eD.F.C (DF)
2 — Qual o significado do nome Lemori?
Welton: Na verdade, não tem. Tínhamos o nosso primeiro show com o Rufio (EUA) e o Adriano (vocal) tinha esse nome. Gostamos e acabou ficando!
3 — Quais são as principais influências da banda?
Welton: Porra, aí é difícil… Mas vou tentar falar algumas: Dead Fish, Beartooth, Raimundos, Blink 182, A Wilhelm Scream, Bad Religion e outras.
4 — A banda Lemori já possui dois trabalhos full length. O primeiro álbum “Lemori” (2012) tinha um som mais voltado para um rock tradicional com influências hardcore. No entanto, o último disco “Valores inversos” (2017) possui uma sonoridade totalmente hardcore, com letras bastante pessoais. Você poderia falar um pouco sobre essas mudanças entre os lançamentos?
Welton: Sim, houveram algumas mudanças no som. No primeiro disco, nós éramos jovens (hahaha) e colocamos tudo o que sabíamos e o que não sabíamos. No Cotidiano (EP de 2014), houve um amadurecimento como pessoas e também como banda e uma mudança na formação (entrou definitivamente o Charles, nosso baixista, e também foi o primeiro trabalho com o nosso baterista Paulo Henrique, então isso já fez toda diferença). Agora, no Valores Inverso (2017), já tocávamos juntos há alguns anos e fizemos uma pré-produção bem longa do disco e tivemos todo cuidado de fazer da forma que nos sempre queríamos: bem hardcore e bem melódico.
5 — O Lemori é uma das principais bandas da cena hardcore Cearense. Como é a cena hardcore no estado? Além disso, você poderia recomendar algumas bandas interessantes daí?
Welton: Bem, a cena anda bem legal neste momento. Quando estávamos lá em 2010, até meados de 2012–2013, existiam poucas bandas de hadcore melódico aqui em Fortaleza. No passado, existiram várias bandas, mas todas tinham parado. No entanto, começaram a aparecer várias bandas novas incríveis e algumas que estavam paradas retornaram à atividade. Hoje em dia, temos bandas como Aderiva, Bull control, Diamanita, Ollie Fake, Backdrop Falls, Ninerva, Criminal Lie e outras!
6 — Particularmente, acho interessante observar bandas e a cena hardcore do nordeste brasileiro. A região possui uma cultura totalmente diferente da região sudeste/sul e a cena hardcore não aparenta ter muita similaridade com o estilo de vida local. Tendo isso em mente, quais as principais dificuldades que uma banda de hardcore encontra em uma grande metrópole nordestina como Fortaleza?
Welton: Boa pergunta. Cara, existem várias dificuldades como em qualquer outro lugar. Porém, os locais para tocar estão bem escassos, o público é muito menor do que aí (São Paulo) e outros estilos são bem fortes como Forró ou Sertanejo, e isso acaba atrapalhando muito. Aqui em Fortaleza, existe uma “cultura” de “bandas cover”, que é uma merda e atrapalha demais. Existem algumas dificuldades, mas nós vamos passando por cima delas!
7 — O Lemori já tocou em São Paulo três vezes. Geralmente, como é a recepção do público paulista em relação ao som de vocês?
Welton: Sim, tocamos aí em 2015, 2016 e em 2018. A recepção é a melhor possível e a cada ano os shows vão ficando melhores, aparece mais gente e a galera “pira” no som: isso é sensacional. Adoramos tocar em São Paulo!
8 — Recentemente, a banda Lemori participou do evento “Hardcore na paulista”. O show aconteceu de maneira totalmente independente e gratuita, na principal avenida do país, conseguindo atrair até alguns “curiosos” que sequer conheciam o estilo. Você poderia falar um pouco sobre essa experiência?
Welton: Cara, foi animal tocar na Av.Paulista. Nós já tínhamos assistido alguns vídeos e sempre achamos a ideia muito foda, até que nessa tour deu certo de tocar lá. A Carol Folha (Three Green Hearts) acabou fechando o show com todo apoio do Anderson (Mar Morto) e do Sandro Turco (Cannon Of Hate). O show foi incrível. Foi uma grande experiência tocar na rua lotada e observar gente de todas as formas. Foi muito foda e esperamos tocar lá algum dia novamente!
9 — O que podemos esperar da banda Lemori no futuro?
Welton: Estamos com um EP quase pronto, queremos começar as gravações até o final do ano e esperamos lançar entre Março ou Abril! Também estamos programando um DVD, mas isso ainda não é nada confirmado.Vamos dar o nosso máximo para tentar fazer o projeto acontecer, mas sabemos que não será fácil.
10 — Novamente, obrigado pela oportunidade! Por favor, mande alguma mensagem para nossos leitores.
Welton: Nós que agradecemos a oportunidade de falar com vocês. Queremos pedir que acompanhassem a Lemori nas redes sociais como instagram (@lemorihc) e Facebook (Banda Lemori). Agradecemos a todos que irão ler essa entrevista e esperamos logo mais voltar a São Paulo com o trabalho novo. Abraços e fiquem com Deus!