Confira o bate-papo de Guilherme Góes com Gabriel, da banda Reativos:
– E aí, Gabriel e banda Reativos! Obrigado por essa oportunidade. Como de costume, apresente sua banda para aqueles que ainda não conhecem o trabalho do grupo.
Gabriel: Olá! Nós é que agradecemos pela oportunidade! Somos a Reativos, de Porto Alegre-RS (só o baixista mora em Canoas, na região metropolitana). Iniciamos nossas atividades sonoras no fim de 2012, em 2013 demos nome à banda, fizemos os primeiros shows e gravamos nosso EP “Algumas Ideias”. Da formação inicial continuam Gabriel Tomazzoni(eu; voz e guitarra) e o Ed (guitarra e backing vocal). Completam o time atualmente Cassio (bateria) e o Rodrigo (baixo e backing vocal). Vale registrar que todos os integrantes já tocaram ou tocam em outras diversas bandas relativamente importantes da cena punk/hardcore do Rio Grande do Sul.
– Qual o significado do nome “Reativos”?
Gabriel: O nome Reativos foi inspirado naquele lance de que “banda tem que ter química”… Daí pensamos que são quatro elementos que em conjunto produzem uma reação sonora. A capa do primeiro EP “Algumas Ideias” com substâncias químicas sendo misturadas e gerando uma explosão faz uma referência a isso!
– Em março, vocês tocaram em São Paulo no Blast hardcore fest. Como foi a experiência em participar do festival?
Gabriel: Tocar no Blast HC Fest aí em SP foi uma grande experiência e também uma realização pra Reativos! Era um velho sonho tocar em São Paulo, e daí conseguir fazer isso junto com bandas que sempre gostamos e admiramos como Garage Fuzz e Against the Hero. Esse evento se tornou mais especial do que jamais poderíamos imaginar! A produção foi impecável, a recepção foi muito boa e pudemos observar e comparar diversos aspectos em relação à cena do RS. Poder conhecer essa outra realidade foi uma experiência que nos trouxe crescimento! Nosso único show fora do RS até então havia sido em Santa Catarina, em dezembro do ano passado. Aquele foi um rolê bom, mas esse de SP agregou muito mais valor!
– Você acha que o feedback do público presente foi positivo?
Gabriel: Sim! A gente realmente acredita que o feedback do público foi positivo! Tanto pelo pessoal que veio falar com a gente lá pessoalmente depois da nossa apresentação, quanto pela quantidade de pessoas de SP que curtiram nossa página no facebook dizendo que gostou da banda pós-show!
– Qual a sua opinião sobre a recepção do público de outros estados com as bandas do Rio Grande do Sul?
Gabriel: Eu acho que em todos os estados, assim como no Rio Grande do Sul, rola um interesse do público pelas bandas de outros lugares e de todas as regiões do país. Isso acaba se refletindo numa boa recepção e energia na hora dos shows! Por isso sempre é uma ótima experiência pra banda girar por outras terras!
– Podemos esperar algum novo lançamento full length em um futuro próximo?
Gabriel: Pois é! Nós temos três trabalhos lançados: o primeiro EP (2014), o álbum “O Ritmo dos Dias” (2016) e o EP atual “Para o que der e vier” (2018). Atualmente, já temos em torno de dez composições novas e estamos tocando umas duas ou três dessas nos shows, dando um “spoiler” do que vem por aí… então a galera pode esperar sim por um novo lançamento da Reativos para o fim desse ano ou para o início do ano que vem!
– Qual a sua visão sobre a cena hardcore em Porto Alegre e no estado do Rio Grande do Sul?
Gabriel: Em termos de quantidade de pessoas, a cena hardcore já foi maior aqui no Sul. O público diminuiu muito nos últimos anos e eu posso dizer isso com a propriedade de quem está presente nesse meio desde os anos 90. Trocando ideias com a galera de outros estados, vejo que isso é um quadro geral. Os motivos podem ser vários e as discussões são amplas, desde que muitas pessoas só acompanham as bandas pela internet, mas não vão aos shows (essa comodidade das redes sociais piorou a cena), até pelo fato de que a “era de Ouro do Hardcore Melódico” foi na década passada, então muita gente estava nesse rolê por modismo e tendência. Mas, apesar de hoje ter menos gente indo aos shows, devo dizer que esse é um pessoal de qualidade que realmente ama esse gênero musical, tem isso como estilo de vida e não está nessa por moda. São a resistência sincera do lance, e isto é um ponto positivo!
– Quais os pontos positivos em participar da cena em uma cidade como Porto Alegre? Além disso, poderia mencionar algumas dificuldades que as bandas locais precisam superar no underground da capital gaúcha?
Gabriel: Minha opinião talvez pareça chocante ou negativa, mas devo dizer que não vejo nenhuma vantagem em participar da cena de Porto Alegre. Com exceção do fato de que é melhor ser da capital do que do interior, por motivos de aqui ter um pouco mais de acesso às coisas e eventos, daí tem essa vantagem territorial sobre a galera de outras partes do estado. Mas “participar” não é bem a palavra…
Normalmente, aqui a gente tem é que fazer acontecer: os nossos eventos, o nosso movimento… sem contar muito com convites de grandes produtoras.
As dificuldades são várias: poucos lugares (viáveis) para tocar, pouco público, produtoras com métodos questionáveis, etc.
Mas a gente até que está se virando bem e tem conseguido fazer bons shows por aqui, renovando e reciclando o público aos poucos… A região metropolitana tem uma cena bem legal, com bandas boas e um público fiel e de qualidade, então a gente tem produzido eventos com eles e vem obtendo bons resultados para todos!
– Você poderia destacar algumas bandas interessantes da sua cena local?
Gabriel: Certamente!
69 Enfermos, A.N.T.Z., Simplez, Atrack, Entenda, Lapso de Insanidade, Inimigo Eu, Life is a Fight, Punkzilla, Hempadura. Aqui eu citei dez, mas facilmente poderia citar mais dez ou vinte.
– Quais os planos da Reativos para o resto do ano de 2019?
Gabriel: Nos próximos meses faremos alguns shows que prometem ser bem interessantes e também estamos planejando tocar no Paraná pela primeira vez. Além disso, queremos fazer uma Live Session em estúdio com uma boa produção, executando ao vivo alguns sons… Botamos fé que será um bom material! Está nos planos também a gravação de um novo trabalho no fim desse ano ou em 2020!
– Será que podemos esperar alguma turnê do Reativos pelo estado de São Paulo em um futuro próximo?
Gabriel: Certamente! Depois do show que fizemos aí no mês passado, ficamos com muita vontade de planejar uma pequena tour por SP… quem sabe no ano que vem??
– Gabriel, obrigado pelo espaço. Agora, diga algo para nossos leitores.
Gabriel: Nós é que agradecemos pelo espaço! Galera, aparecem nos shows, apoiem as bandas, fortaleçam as cenas, comprem merch, leiam sites e páginas especializados como o Besouros… Sejam o movimento e mantenham a chama acesa!!!