Depois de 3 anos com tanta coisa acontecendo na banda, Pitty cede mais uma entrevista para o Besouros.net! Mas com um diferencial! Queria perguntar o que realmente os fãns dela gostariam de saber, então abri um tópico na comunidade da Pitty no orkut, e um pessoal mandou sugestões de perguntas! Bom, cada uma está com seu devido crédito, e as últimas perguntas são do site mesmo!
Por Fábio Martiniano
Pitty, CD Anacrônico fazendo sucesso você já tem algum projeto tipo ao vivo, acústico ou dvd? (Por: Gilmar de Oliveira Souza – 16 anos – Belo Horizonte / Alexandre Souza – 16 anos – Santa Bárbara d´Oeste)
Pitty: Talvez esteja na hora de pensar num registro de show mais legal, aproveitando q a gente tá com um cenário bacana, etc..e até como forma de guardar esse moemento. Até porque os outros DVDs q a gente lançou tem um formato mais doido, documentários, trechos de shows em lugares mais undergrounds.. mas não seria acústico, com certeza.. rsrs vamos ver o que rola.
Pitty, você diz ser extremamente mutante. O que mais mudou em você, em termos musicais (influências,modo de compor,etc.), desde o Inkoma até Anacrônico? (Por: Paula Deckert – 15 anos – Cabo Frio-RJ)
Pitty: Muita coisa, embora a essencia e alguns ideais continuem os mesmos. Quando se é mais novo as vezes se acha que pra ter personalidade tem q ser mais fechado, mais radical, e hoje eu me tornei uma pessoa mais aberta, menos preconceituosa. Hoje eu curto música, ou arte em geral pela sensação que ela me causa, independente do estilo, lugar de onde veio, imagem.. o que importa é o efeito em mim.
Qual foi o show mais foda que você já foi na sua vida? (Por: Jéssica Vargas – Nova Iguaçu)
Pitty: Me lembro com muito amor do show q o mars Volta fez aqui no Brasil. Foi um momento mágico.
Pitty eu sempre tive a curiosidade em saber qual a religião q vc segue? (Por: Maria Fernanda Santos – 16 anos – Montes Claros/MG)
Pitty: Nenhuma e todas. Dá pra entender? Eu tenho minha propria religião, que eu prefiro chamar de estilo de vida, já que não se propõe a convencer ninguém nem agregar adeptos. Não sou atéia, talvez um tanto agnóstica e até deísta, mas busco em cada religião a parte que me faz viver bem minha propria vida, sem me prender a dogmas preestabelecidos, e partindo do ponto que ” ser bom” é o que interessa.
Qual a sensação de tentar passar a mensagem “seja você mesmo” para um público formado, em sua grande maioria, por adolescentes que usam as suas roupas e fazem o que você faz? (Por: Bruno Augusto Lorenz – 16 anos – Montenegro/RS / Aymée Nayara Ribeiro – 13 anos)
Pitty: É bem esquisito, porque o que eu menos quero é uma legião de pessoas iguais, cegas, que não questionem ou duvidem. Mas ái vêm os questionamentos: e se essas pessoas, ou parte delas, simplesmente já fossem assim e estivessem esperando um momento propício pra se mostrar? Ou se essa pessoa for mesmo parecida comigo em termos de personalidade? Difícil fazer um julgamento, porque acredito que possa existir as duas coisas. A cópia e a identificação sincera. Penso sempre que há se buscar o indivíduo, a característica peculiar de cada um.
Pitty compor é a sua única válvula de escape ou existe outras maneiras de colocar o que sente pra fora? Como pintar, escrever ou coisas do tipo? (Por: Raquel Vandromel Boschi – 16 anos – São Paulo/SP)
Pitty: Escrever sem dúvida, na verdade escrever foi a primeira de todas elas… encarnar personagens, mesmo que no dia a dia, brincar com o lúdico, borrar um papel, tudo se torna expressão e autoconhecimento.
Pitty, você tem a pretensão de gravar um cd internacional e tentar fazer sucesso mundial? (Por: Paulo Henrique Gonçalves – 21 anos – São Paulo – SP)
Pitty: Não penso nisso dessa forma. Eu faço o que eu faço, seja aqui no Brasil ou em qualquer lugar…se alcançar outras fronteiras será bem vindo, mas não vou cavar isso assim.
Besouros: Ano passado no VMB (2005) você ganhou uns prêmios bem diferentes, e importantes, de Ídolo, e vocalista da banda dos sonhos. Vendo você receber os prêmios me pareceu muito surpresa. Como foi ser escolhida, e a sensação de influência e admiração de todo um país, grande como o Brasil?
Pitty: Eu estava surpresa mesmo, passada. Porque eu achei que esse tipo de premio deveria ir pra alguém mais experiente, uma Rita Lee da vida. E também porque nunca me imaginei sendo ídolo de ninguém. É meio louco isso: como é que a garotinha que na escola e na adolescência era tratada como freak de repente se torna um referencial? Como o mundo pode girar desse jeito? A minha vida inteira eu me senti meio marginalizada porque curtia coisas tidas como “esquisitas”, e ali naquele momento eu vi que de repente tem mais gente assim por aí do que se pensa…
Besouros: Antes de lançarem o cd Anacrônico Pêu, que era guitarrista saiu da banda. Foi uma saída trânquila? Teve algum transtorno? E como foi escolher um novo? Isso de alguma forma abalou ou mudou em algo a banda?
Pitty: Foi tranquilo sim, era algo necessário. Ele tinha vontade de fazer as coisas dele, a gente tinha vontade de outras coisas…algo natural e normal, e que vai acontecer sempre que for preciso. A gente deu sorte de ter Martin por perto, que é um cara amigo nosso já das antigas e que além de tocar muito tem as mesmas referencias. Acho que o som ficou mais cheio, mais pesado.
Besouros: Além dos prêmios, 2005 foi um ano cheio para a banda, cd Anacrônico, você participou do Acústico do Ira. Conte um pouco de como foi 2005 e o que esperar para 2006.
Pitty: Foi isso aí mesmo que você falou, um ano bem produtivo. Tivemos muitas chances boas, fizemos um disco do qual a gente se orgulha… 2006 é trampar esse disco, tocar muito. Pintou convite pro Rock in Rio, então vai ser nosso primeiro show fora do Brasil.
Besouros: Nos videos-clips, principalmente nos últimos tem um teor de surrealismo. Vocês mesmo que bolam os temas? O que te atraí nisso?
Pitty: A gente sempre bola os roteiros, e o surrealismo e as mensagens subliminares estão sempre lá. É algo meio David Lynch, de denvendar mistérios, de interpretar de forma livre as cenas, de causar em cada um uma emoção diferente.
Besouros: Críticas negativas todos os atistas que estão a mídia sofrem, como você encara?
Pitty: De forma positiva! rsrsrs. Tudo tem dois lados, e eu acho necessário ter os do contra pra equlibrar a balança. O objetivo nunca foi agradar a todos, na verdade a intenção era mais incomodar mesmo.Me surpreende não o fato de haverem críticas, mas de haver tanta gente a favor.
Besouros: Bom muito obrigado pela entrevista, muito sucesso pra você! Gostaria que deixasse uma mensagem para os usuários do Besouros.net, e da galera que mandou sujestões de perguntas pelo orkut!
Pitty: Muitíssimo obrigado a todos, e parabens pelas perguntas da galera aí. Quem sabe de alguma forma a gente consiga fazer parte de uma geração mais pensante e perspicaz, questionadora.