O primeiro full lenght a gente nunca esquece. Mas para falar dele, é preciso dizer: está mais do que na hora de parar de bancar a eterna viúva de bandas que não voltam mais. Passados dois anos de formação e com mais feitos e estrada que muito veterano por aí, o Zander já construiu sua própria trajetória. Legal ser saudosista mas é preciso entender que as bandas passadas (e que vocês sabem quais) já está dito: é passado.
Fato: os dois EP´s anteriores deram ainda mais a direção de como e quando este primeiro disco de inéditas iria soar.
Com a intro da marchinha que tem nos versos a palavra malandra que dá nome ao álbum e margem para uma porção de trocadilhos, “Brasa” começa alto astral com a ótima “Auto falantes” seguida por uma das lindas músicas, sem exagero, já feitas na atualidade: “Terreiro”, que na semana de estréia arrancou lágrimas de muito marmanjo.
Lançado em formato on line com download gratuito no site da Trama Virtual, o disco foi disponibilizado no dia 15 de setembro e além da enorme expectativa, poucos dias depois já estava entre os mais acessados do site. Este, devido a problemas de agenda, não contou com o Phil (guitarrista) nas gravações.
Entre os temas amor, religião, insatisfação como em “Motim”, umas das mais nervosas e pesadas músicas da discografia, vida na estrada, tours, shows, roupa amassada, trabalho (em “Humaitá” como se sabe, bairro do Rio de Janeiro onde fica o estúdio da banda) e vida comum de qualquer cidadão que tem um dia de rotina, emprego, hora do almoço, que sai tarde, pega ônibus (em “Simples assim”- outra das mais bonitas do disco).
No som, alterna as já conhecidas e boas baladas com rock de mais pegada, em algumas faixas a inovação com backing vocals, mais solos de baixo e traz também a belíssima “Sunglasses” – a primeira em inglês. E “Sem fim” sugestivamente encerra o álbum emendada na marchinha que abre o disco. Numa continuidade que você não percebe que acaba e recomeça e você gosta porque, mesmo que não houvesse, sua vontade de botar no repeat seria mesmo inevitável.
Mais do que boas músicas, o que o Zander quer é mostrar justamente isso: seguir na estrada, continuar um trabalho que vem dando certo, como simples cidadãos que são seres normais, sem rótulos, com desejos, vontades, uma vida, uma ocupação e muitos sonhos. Como eu e vocês. Exatamente como diz a música, simples assim.
Melhor disco nacional do ano, sem sombra de dúvidas!