Resenha por Guilherme Góes. Fotos do Less Than Jake por Gabriela Klein. Fotos do Nokaos e Skatula por Guilherme Góes.
No último sábado, após uma semana completamente conturbada na cidade devido a greve dos caminhoneiros, que afetou diretamente a vida de milhares de pessoas, foi a vez de São Paulo conferir o show da turnê Sound The Alarm do grupo estadunidense Less Than Jake.
O Less Than Jake foi formado em 1992 em Gainesville, Flórida. A banda possui uma discografia extensa e tornou-se um dos principais nomes do ska-punk. Além disso, a banda se destaca pelas apresentações animadas e enérgicas.
Essa foi a quarta vez do grupo no Brasil. A banda veio para cá pela primeira vez em 2007, em turnê com a banda britânica The Buzzcocks. Em 2009, a banda retornou novamente em uma “turnê solo”. Em 2012, rolou mais uma turnê do Less than Jake em terras Tupiniquins, em conjunto com a banda canadense Belvedere.
O show aconteceu na tradicional Fabrique: excelente espaço de arquitetura rústica localizado na Barra funda que costuma sediar boa parte dos shows organizados pela Solid Music Entertainment em São Paulo.
Alguns minutos após às 17:30hrs e já com certo público dentro da casa, os oito (isso mesmo, oito!) integrantes da banda Nokaos subiram ao palco. O grupo formado no ABC paulista em 2001 já é conhecido na cena ska da cidade de São Paulo. Com uma performance animadíssima e alinhada, apresentaram músicas do álbum Sem freio, lançado em 2017. Além disso, a apresentação contou a participação de um ex-integrante na música “Beber para esquecer” e um cover de “Nós vamos invadir sua praia” da banda Ultraje a rigor. Com quase uma hora de duração, o set do Nokaos foi uma verdadeira festa!
Logo em seguida, foi a vez do Skatula prosseguir com a festa. A banda formada em 2014, na cidade de Criciúma, apresenta um skacore rápido e animado, com músicas que variam entre o inglês e o português. O setlist da banda foi composto por músicas autorais e covers de clássicos do skapunk como “Bob” (Nofx) e “Sellout” (Reel big fish).
O carismático vocalista Gillian Zampolli brincou bastante com o público, falando sobre os “perrengues” que a banda passou tentando chegar em São Paulo em meio à falta de abastecimento de combustíveis nas estradas – resultado direto da greve dos caminheiros. A banda encerrou o set com as músicas “Brasília” (música de trabalho do grupo, que já conta com um videoclipe no YouTube), “Dreams” e um cover de “Superman” (Goldfinger), que levou a casa à loucura! Show honesto, animado e super divertido. Merece uma turnê solo pelo estado de São Paulo em breve!
Por volta das 19:40hrs, a Fabrique completamente lotada foi tomada pelo som da “Marcha imperial” ecoando nos auto-falantes da casa. Logo em seguida, Less Than Jake surge no palco mandando “Sugar in Your Gas Tank”, seguindo com “The Ghosts of Me and You”, “Dopeman” e a agitada “Plastic cup politics”. Com o baixista Roger brincando com a audiência em seu Português “quase perfeito”, o Less than Jake tinha o público na mão. A banda seguiu com “Johnny Quest Thinks We’re Sellouts” e “Whatever the weather”, uma das músicas de trabalho do último álbum Sound The Alarm. Logo em seguida, o vocalista Chris anunciou que a banda estava transmitindo uma “live” para a mãe do baixista Roger e que aquele era o momento de tocar a “única música da banda que sua mãe gostava” – “Look what happened”. Após levar a casa abaixo com um de seus maiores sucessos, a banda continuou o set com clássicos como “The Science of Selling Yourself Short”, “How’s My Driving, Doug Hastings?”, “Never Going Back to New Jersey”, “P.S. Shock the World” e encerraram com “Last One Out of Liberty City”.
Após um pausa para respirar e tomar uma cerveja, a banda retornou ao palco para um pequeno bis. Mandaram a “baladinha” “Rest of my life”, o clássico supremo “All My Best Friends Are Metalheads” e encerraram com a “pesadona” (segundo o próprio Roger em 2012) “Gainesville Rock City”.
A dinâmica do show foi relativamente a mesma em comparação com o show de 2012: muitas brincadeiras dos integrantes com o público, Roger servindo como “intérprete” para o resto da banda e grande participação dos fãs no stage dives e no mosh. Isso foi algum problema? De jeito nenhum! Do início ao fim, a banda segurou o público na mão e todos os presentes na Fabrique saíram de lá com um sorriso no rosto após a performance matadora!
Confira a galeria de fotos por Gabriela Klein: