Resenha por Guilherme Góes. Fotos por Fábio Besouro.
Existe algo que gosto de fazer em shows de bandas internacionais quando elas tocam pela primeira vez no Brasil: observar a reação e a interação dos integrantes das bandas com o público.
O público Brasileiro é intenso, fervoroso e insano. A reação energética da audiência ocorre em grandes shows em estádios, mas também em um show em uma sala de um estúdio com alguns presentes. Quem estava no show do Thousand Oaks na última quinta-feira presenciou exatamente isso.
A apresentação fez parte da mini tour do grupo italiano aqui no Brasil. O show em São Paulo foi organizado pela Blast produções, do nosso colaborador Rodrigo Vivian. Apesar da casa não estar tão cheia – totalmente esperado para um show quinta feira à noite – o público presente não deixou a desejar.
O local escolhido para o show foi o Rock Together studio. O espaço é gerenciado por Tyello Silva (ex-dance of days, Manual e O Cúmplice) e já contou com apresentações de bandas como Sport, RVIVR e 7 seconds.
A primeira banda da noite foi o Bound to Win. O grupo do ABC Paulista foi formado em 2015 como um projeto paralelo do ex-guitarrista da banda Overlife inc. No curto set, a banda apresentou um hardcore pesado que lembra bandas como Foundation, Incendiary e Ringworm.
Logo em seguida, foi a vez da banda Mistanásia. O grupo de São Vicente formado em 2007 também surgiu como um projeto paralelo. Todos os integrantes da banda são ex-membros da banda de hardcore melódico Blackjaw. Em meio a desabafos pessoais do vocalista Guz e piadas internas entre os integrantes, o set contou com músicas do álbum “Mistanásia” (2017) como “Tempo”, “Brasil”, “Egocentrismo” e “Lutar”.
Após o animado set do Mistanásia, foi a vez do 69 Enfermos. A banda foi formada na Colômbia em 1995, mas atualmente está radicada em Porto Alegre. Eles tocaram juntos com o Thousands Oaks em todos os shows da turnê no Brasil. Com influências de No Use for a name, Strung Out, MxPX, Millencolin e Good Riddance, é quase impossível não gostar da banda. Com o baixista Wagner Donat pulando e correndo pela pequena sala do Rock together studio, a banda mandou alguns de seus clássicos como “Numbers”, “A better Words”, “One more day” “Attitude” e “The lie”. Embora tenha passado por alguns problemas técnicos com sua guitarra, o carismático vocalista/guitarrista Dalin Focazzio não desanimou, agradecendo pela presença e atenção do público. Foi um set matador!
Encerrando a noite, foi a vez do Italianos do Thousand Oaks. O grupo formado por ex-integrantes do Jet Markets começou em 2015 e já conta com dois excelentes trabalhos – Monsters Begetting Monsters (2016) e Memories and milestones (2018).
Por volta das 22:00, a banda iniciou o set. Logo “de cara” já mandaram uma de suas principais músicas – “Sow the wind”. O pequeno público presente na sala reagiu de forma energética, com a galera se empurrando, dançando e com pequenos “crowdsurfings” na sala. Em músicas como “Being the chain breaker”, “Yard time, “Proud” e “You can’t fight the fate”, o vocalista Raymer Fernandez reagia junto com os fãs. Entregava o microfone, dançava junto com a galera e tentava agitar todos os presentes na sala. Confesso que fiquei surpreso com a participação da banda com público; foi algo surreal. O baterista/vocalista Alex Gavazzi agradeceu pela energia recebida e disse que uma turnê no Brasil era “a realização de um sonho”. Seguiram com uma música da época da Jet Market e a emblemática “Dim firmament”. Encerraram com as músicas “Years” e “Freedom”, com a banda mais uma vez demonstrando uma aula de interação com o público.
Apesar da mistura de bandas com estilos diferentes, os shows se complementaram para quem se dispôs as experiências. A estreia do Thousands Oaks no Brasil funcionou muito bem. Eu certamente vou passar mais algumas semanas ouvindo os CDs no repeat e lembrando do show animado na pequena sala do Rock together studio. A lição de uma noite como essa é que existe espaço para todo mundo curtir e se divertir!
Confira a galeria de fotos:
As músicas que fecharam: Years are made of seconds e freedon slaves… Ambas do Jet Market. 😉
*freedom =P