Linkin Park – “Living Things” (2012)
Warner Bros. Records
Rock alternativo
.:Por
Andrea Ariani
Ter sempre hits nas paradas, ser uma das mais relevantes bandas do cenário pop rock desde o final da década de 90 são fatores que talvez nunca tenham deixado o Linkin Park conhecer o não sucesso, o não destaque e ser uma das bandas que estão sempre nos line ups de grandes festivais e com shows lotados ao redor do mundo. Foi assim nos últimos dois anos, emendando lançamento atrás de lançamento em uma tour extensa e cansativa.
Apesar de ter também a co-produção de Rick Rubin nos dois álbuns anteriores, o recém lançado “Living things” não teve tanta repercussão como os primeiros discos, ou como o ultra badalado “Meteora” de 2003. Física, criativa e mentalmente cansada, apesar de não ficar totalmente afastada da mídia. Mesmo fazendo alguns shows esporádicos e fechando parcerias com eventos esportivos como o X-Games deste ano, o Linkin Park resolveu parar e se concentrar para produzir um disco mais elaborado. Era necessário que a banda focasse nos sons. Mesmo cobrados constantemente pela indústria, pelos meios especializados e por novas coisas, a banda queria resgatar aquela energia dos primeiros discos e a força de sua música. Conseguiram! Claro que seguir com Rubin, conhecido por resgatar a identidade de bandas e extrair o melhor delas (como foi feito com o Slipknot e mesmo com o Metallica no “Death magnetic” de 2008), foi fundamental para este processo. A co-produção continuou sendo de Mike Shinoda.
O disco traz o melhor do que o Linkin Park sabe fazer e algumas boas surpresas. O primeiro (e bom) single “Burn it down” foi lançado em abril, e o videoclipe dela saiu um mês depois e um antes do disco completo. Cada uma das doze faixas não ultrapassam os três minutos, e além de novidades leva o mérito de ser um disco bastante dinâmico. Nos vocais, enquanto o vocal de Chester oscila entre a maestria do melódico ao agressivo, Shinoda enfatiza ainda mais a verve rap/hip-hop característico de seu estilo, aqui bastante explícito na faixa “Until it breaks”. Uma faixa que foge dessa lógica é “Skin to bone” que ambos cantam suavemente sobre uma base pesada, mas suingada e sai diferente justamente desse estilo marcado dos dois vocalistas.
No bom mix vocal e instrumental, destaque vai para as faixas “Lost in the echo”, que abre o disco, “In my remains” e “Lies greed misery”, todas essas, inclusive, muito facilmente candidatas a futuros hits. Além das letras melódicas embaladas por bases eletrônicas e sintetizadores, dentro das boas surpresas citadas está “Victimized”. Shinoda disse em uma das entrevistas pré-lançamento que essa era uma das músicas mais pesadas que tinha feito em toda a discografia. Segundo ele, foi inspirada em bandas punk como Pennywise e DRI. E faz mesmo alguma referência.
Como presente, o disco ainda tem de bônus uma versão ao vivo de “What I´ve done”. Falando em ao vivo, o álbum, além da boa recepção na mídia, tem sido bem aceito pelo público, como visto no show da banda no Rock in Rio Lisboa em junho deste ano.
É, goste ou não, o Linkin Park está de volta à velha forma e mostra que deve continuar dominando palcos e paradas por um bom tempo.