Prestes a vir ao Brasil o baixista Eddie Breckenridge do Thrice bateu um papo com Guilherme Góes. A banda tocará dia 24, 25 e 26 no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba consecutivamente. Confira a entrevista.
1 – Olá, Eddie! Essa conversa é uma satisfação enorme para nós. Essa será a primeira turnê do Thrice na América do sul. Vocês estão ansiosos?
Eddie: Absolutamente! Durante toda nossa carreira, nós estamos tentando “descer” para a América do sul. Já faz um bom tempo. Nós estamos felizes que isso irá acontecer agora.
2 – O que os fãs brasileiros devem esperar de um show do Thrice?
Eddie: Esperem um show energético. Geralmente, nós não falamos muito no palco, mas tentamos expressar nossos sentimentos através de apresentações poderosas e dramáticas. Se a audiência responde na mesma frequência, a experiência é simplesmente mágica.
3 – Em 2012, O Thrice entrou em hiato. Felizmente, vocês voltaram aos palcos e estão realizando diversos shows desde 2015. Quanto tempo demorou até vocês começarem a escrever as músicas do novo trabalho “To be everywhere is to be nowhere”?
Eddie: Na verdade, falando de maneira individual, nós nunca paramos de escrever músicas para o Thrice. Quando nós decidimos retornar com a banda, colocamos na mesa um monte de ideias. Nós começamos a juntar as ideias e editar novas musicas assim que nos reunimos novamente. Suponho que nós estávamos inspirados. Não houve trabalho algum com isso. Na verdade, foi difícil notar quantas ideias boas nós deixamos passar durante o tempo em que ficamos parados.
4 – Existe algo na qual mais sentiu falta durante o tempo em que ficou fora de atividade?
Eddie: Não posso falar pelos outros integrantes da banda, mas eu sentia falta de viajar, ver velhos amigos, conhecer novas bandas e músicas. Igualmente, sentia falta de compartilhar nossas músicas com o público, já que isso é uma experiência única e incrível. Estou feliz em poder fazer tudo isso novamente. É algo maravilhoso.
5 – O álbum “The artist in the ambulance” está comemorando 15 anos de lançamento em 2018. Esse álbum foi bastante importante na cena Post-Hardcore aqui na América do Sul durante o início dos anos 2000. Olhando para o passado, qual a sua opinião sobre este trabalho?
Eddie: Ao meu ver, o “The artist in the ambulance” e todo aquele período foi bastante incrível para a banda. Foi quando as pessoas realmente ficaram conectadas com a nossa música. Além disso, aquele foi o momento em que nós estávamos começando a aprender a incorporar mais de nossas influências em nosso som. Eu acho que fomos “felizardos”. As pessoas começaram a ter alguma conexão com aquilo que estávamos fazendo a partir do disco. Anteriormente, as pessoas falavam que nossa banda fazia um som bem confuso, quando na verdade nós só estávamos animados em tentar expor aquelas músicas que influenciavam cada um de nós dinamicamente e melodicamente.
6 – Nós podemos esperar músicas do “The artist in the ambulance” durante essa turnê?
Eddie: Definitivamente! Nós iremos tocar algumas músicas do disco. As músicas deste álbum são elementos importantes em nosso setlist.
7 – Alguns meses atrás, o Thrice lançou uma nova música chamada “The Grey”. Podemos esperar algum lançamento em breve?
Eddie: Sim. Nós acabamos de terminar um novo álbum que será lançado pela Epitaph Records. Foi incrível trabalhar com esse selo e estou bastante animado para compartilhar logo nossas novas músicas com o público. Nós nos divertimos bastante gravando esse novo trabalho. Em certos momentos, a situação foi bastante intensa, e em outros momentos, foi a situação foi bastante bonita… ou ambas ao mesmo tempo (hahaha!)
8 – Ao longo dos anos, vocês passaram de um som post-hardcore para um industrial pop rock. Qual a visão de vocês sobre essa mudança?
Eddie: Industrial pop rock? Não vejo assim. Eu acho que sempre fomos uma banda de hardcore. Nossas músicas sempre foram melódicas e pesadas. Eu gosto disso. Nós estamos sempre procurando mudanças… descobrir meios de fazer nossa música soar mais melódica e pesada, mas também bonita e agressiva. Pop é a última coisa que eu quero. Felizmente, nem todo mundo pensa assim. Quando nós começamos, éramos bastante influenciados por pop punk, mas eu fiquei feliz quando isso mudou após o “The artist in the ambulance”.
9 – Como você enxerga a cena underground no sul da Califórnia hoje em dia? Você ainda acompanha a cena local em Irvine?
Eddie: É difícil notar uma cena underground hoje em dia. Quase tudo está disponível online. Ao menos que as pessoas estejam criando músicas que não estejam sendo compartilhadas online, talvez tenha alguma cena underground acontecendo. Eu gostaria de saber. Eu sinto falta de quando havia shows locais, espaços e lojas de disco. Era um holofote para conhecer novas pessoas e novas musicas. Eu amo shows ao vivo. Ainda acho que é uma das melhores maneiras de experimentar a música.
10 – Obrigado pelo tempo cedido! Estamos ansiosos para assistir o Thrice ao vivo. Por favor, diga algo para nossos leitores.
Eddie: Agradeço a todos que estão acompanhando o nosso trabalho ao longo dos anos. Estamos animados que finalmente uma turnê na América do Sul irá acontecer. Esperamos por isso já faz um bom tempo. Obrigado Besouros.net pela entrevista. Eu não consigo mais esperar por essa viagem!