Entrevista com Uli do D.Sailors

Confira uma entrevista exclusiva Uli Breitbacth , vocalista, guitarrista e saxofonista do D.Sailors! Umas das mais reconhecidas bandas de hardcore da Alemanha! Por Thiago Montgomer (Thiagones)!

.: Banda
D.Sailors

.: Integrantes
Uli B. – Voz, Saxofone, Guitarra, Letras
Ing – Guitarra, backvocals
Uli G. – Baixo
Matthi – bateria

.: Localidade
Alemanha

.: Vídeo
“Smile”

Thiagones – A banda existe desde 1996, queria saber um pouco de como foi formada, e que bandas influenciaram o som do D.Sailors no começo?

ULI – A gente se conheceu na escola, e ouvíamos Bad Religion, NOFX, Bodyjar, Lagwagon, Propagandhi, Randy, Millencolin. Mas com o passar do tempo fomos crescendo, e mudamos um pouco. Fizemos os álbuns “Mind Dressing” e “A New Project” que tinha um som mais rápido, hardcore melódico, mas queríamos mudar um pouco e começamos a fazer músicas mais cadenciadas e não tão hardcore melódico.
Agora ouvimos coisas do tipo, não sei, eu gosto de At The Drive-In, Alkaline Trio, coisas desse tipo.

Thiagones – Alguma banda alemã influenciou vocês?
ULI – Nenhuma banda que você conheça, porque nós crescemos ouvindo as bandas americanas, bandas suecas.
E depois quando já estávamos com o D.Sailors, tocamos com bandas que nos ensinaram muito, TerrorGrupe, Scott Granzy.

Thiagones – Qual a imagem vocês tinham do Brasil antes da primeira Tour? Isso em relação à cena “hardcore” e em relação ao país.
ULI – É difícil dizer, por que quando soubemos que estávamos indo pro Brasil a gente realmente não conseguia imaginar que viríamos mesmo sabe.
Era algo meio que como um sonho, a gente demorou a acreditar então foi meio que:
– Ok, Vamos pro Brasil, vamos ver o que vai acontecer por lá.
E depois que viemos, foi totalmente “SUPIER LEGAL” hehehehe

Thiagones – Outra palavra hehe, “Fodasso” é tipo “Fucking Cool”.
ULI – Fodasso, fucking cool hehe.
Então, não sei, ficamos muito impressionados com a energia, entusiasmo da garotada enquanto a gente tocava e com certeza a gente fez o melhor em cima do palco também todas as vezes que tocamos.

Thiagones – Como aconteceram os primeiros contatos com o Nitrominds?
ULI – O primeiro contato foi através da banda Bambix.
Em 2000, estávamos procurando uma banda pra dividir um CD conosco, fazer um Split CD, e como somos amigos do Bambix, eles disseram que tinha uma banda muito legal no Brasil, o Nitrominds, e que estão a fim de fazer alguma coisa pela Europa, então, depois nos conhecemos o Nitro, e decidimos fazer o Split juntos.
O Cd foi lançado na Europa, e saímos em Tour com o Nitrominds, ai ficamos muito amigos do André, que convidou a gente pra vir fazer uma tour no Brasil e depois lançou o “Mind Dressing” pela Nitroala.

Thiagones – O Som do D.Sailors está com muito menos influência do Ska/Skacore do que nos CD Álbuns anteriores. Porque essa mudança? Foi algo natural, ou vocês quiseram deixar mais de lado o lance do Ska?
ULI – A gente sentia que as músicas de ska, eram sempre as mesmas.
A gente sabe que o saxofone faz a gente ser único, e a gente tentava escrever músicas, mas, com os riffs de guitarra o som fica muito mais poderoso e é óbvio que quando eu toco saxofone eu não posso tocar a guitarra e com uma guitarra só a música não fica tão forte, tão poderosa ao vivo.

Thiagones – Na 1° vez que vocês vieram, eu vi vocês respondendo uma pergunta sobre “as diferenças da cena nas Alemanhas Ocidental e Oriental, apesar da unificação”. Gostaria de saber sobre como está isso hoje, bandas comportamento de público, e que você recomendasse alguma banda alemã.
ULI – É difícil de dizer, parece que só depois da copa de 2006 que a Alemanha se sentiu mais unida. Ainda tem muitos problemas, então não posso dizer que tenha muita diferença de 2002 pra 2006.
Eu acho que leva muito tempo pros dois países serem realmente um só.

Thiagones – Em 2000 você foi trabalhar no selo Look Out certo? Que experiências positivas e negativas tirou desse trabalho, como foi morar nos USA?
ULI – Pra mim de positivo foi que eu pude ver muitas bandas ao vivo. É uma cena musical muito ativa, com a maioria das bandas que me influenciaram, e eu pude ver como os caras nasceram, cresceram e que influência os caras tiveram.
Eu conheci muita gente num clube muito famoso chamado Rua Gilmon, vi muitos shows lá com muitas bandas boas.
As coisas negativas de lá, eu acho que foi que eu levei muito tempo pra me adaptar com o “Jeito americano”. Eu tenho a impressão que os americanos têm atitudes muito superficiais.
Quando você vai a algum lugar as pessoas são muito amigáveis e te tratam muito bem, mas é muito difícil fazer verdadeiros amigos.
Todos ajudam se você quer saber algum caminho, rua, mas ai fica difícil se for algum problema mais sério, sei lá, precisar de algum pra dormir ou coisa do tipo. Na Alemanha as pessoas já dizem:
– Ok, pode vir dormir na minha casa, sem problemas…
Foi muito difícil me acostumar com isso. No começo você acha que a pessoa é super amiga, quer ser sua amiga, mas depois você percebe que não é assim, que existe uma certa distância , e até na Alemanha é diferente, se você precisar de alguma ajuda, as pessoas são mais amigáveis. Mas isso não significa que os americanos sejam maus, é só um jeito diferente de ser, um estilo de vida diferente do que estamos acostumados, que é um estilo mais amigável.
Era difícil eu entender quando era amizade e quando era coleguismo.

Thiagones – Qual o Pior e melhor show/lugar que vocês já tocaram?
ULI – Eu não sei, não consigo lembrar de algum lugar ruim, mas, tem sempre algumas coisas que fazem o show ser pior, quando o promotor não se importa, porque ai a gente viajou bastante e quando chega lá… Nós vamos lá pra dar o nosso melhor, e esperamos que as coisas estejam todas certas, e nunca que vai ter um pagante ou ninguém no show, mas isso não importa se não tiver ninguém, ou uma pessoa, nós vamos tocar do mesmo jeito.

Thiagones (entrevistador), Bianca (Nitrominds), Uli B. (D.Sailors)
e Kaio Ramone (fotográfo)

Muitíssimos Agradecimentos à Tradutora, Bianca Wink Nitrominds hehehehe

**OBS: Eu vou voltar pra escolinha de IngrÊis =D **